Philip Pérez-Cirera, diretor da agência Gilmar no Paseo de la Castellana, explica como evoluiu o perfil do comprador e que tipo de habitação existe hoje.
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El Viso
Paseo de la Castellana / Luis García, CC BY-SA 4.0 Creative commons

Nascido em 1925 ao abrigo da Lei das Casas Baratas e pensado inicialmente para funcionários e operários, o bairro de El Viso, em Madrid, tornou-se hoje uma das zonas residenciais mais exclusivas de Espanha. Localizado entre o Paseo de la Castellana e Chamartín, este bairro distingue-se pela tranquilidade, pela predominância de moradias unifamiliares e pela sensação de viver num oásis em pleno centro da capital.

Segundo Philip Pérez-Cirera, diretor da agência Gilmar em El Viso-Chamartín, o perfil dos compradores evoluiu significativamente ao longo das décadas. Se nos anos 60 e 70 a zona começou a consolidar-se como destino de prestígio, atualmente atrai altos executivos, empresários, diplomatas e, cada vez mais, investidores internacionais.

Entre os clientes estrangeiros, predominam latino-americanos, europeus do centro e norte da Europa e cidadãos dos Estados Unidos. Contudo, nota Pérez-Cirera, os norte-americanos tendem a preferir as zonas costeiras, reservando El Viso para empresários e famílias que procuram proximidade a escolas de topo e aos principais serviços da capital.

Gilmar
Philip Pérez-Cirera idealista/news

O parque habitacional mantém-se protegido, preservando a tipologia original de moradias unifamiliares. Ao lado destas, surgem alguns edifícios de habitação em altura junto ao Santiago Bernabéu e ao Paseo de la Habana, onde se concentram urbanizações exclusivas com piscina, ginásio e amplas zonas comuns. Essa oferta, sublinha o responsável da Gilmar, valoriza ainda mais a sensação de “aldeia dentro da cidade” que tantos compradores descobrem com surpresa ao visitar o bairro.

O preço médio por metro quadrado ronda os 8.000 euros, podendo ultrapassar os 12.000 euros em operações excecionais. Com pouca margem para nova construção, as oportunidades concentram-se em reabilitações exigentes, onde arquitetos conciliam a preservação patrimonial com a procura por domótica, eficiência energética e acabamentos de luxo, hoje considerados requisitos básicos.

Apesar da pressão da inflação e da subida das taxas de juro, o segmento de luxo mantém-se como “valor refúgio”. Muitos compradores contam com fundos próprios e encaram El Viso como investimento patrimonial, seja para primeira residência, seja para arrendamento dirigido a embaixadas, diplomatas e executivos. Ainda assim, os ativos mais procurados continuam a ser as moradias com jardim e piscina, raridades que rapidamente encontram comprador.

Para Pérez-Cirera, El Viso nunca perdeu protagonismo, mas está hoje a ser redescoberto por novos perfis que valorizam a exclusividade, a privacidade e a sensação de pertença. “Mais do que metros quadrados, o luxo é qualidade de vida. Em El Viso, isso traduz-se em tranquilidade, família e a rara experiência de viver um estilo de vida único no coração de Madrid”.

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