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Assim Madrid vai atacar as rendas altas: 150 euros/mês aos jovens e outras medidas
José Luis Martínez-Almeida GTRES

A subida dos preços das rendas está longe de ser um problema único em Portugal. Um pouco por toda a Europa, é um fenómeno a que se assiste, sobretudo, nas grandes cidades. Mesmo aqui ao lado, na capital espanhola, os valores do arrendamento têm vindo a disparar e são considerados uma preocupação para o novo autarca de Madrid. O "alcalde" popular José Luis Martínez-Almeida anunciou, por isso, que vai colocar em marcha uma ajuda pública para o arrendamento jovem.

Em causa está um chamado "cheque-vivienda" de 150 euros por mês que será dado a todos os jovens, menores de 35 anos, que estejam recenseados há, pelo menos, cinco anos em Madrid. A ajuda, que visa ajudar os jovens a poderem ter a sua própria casa, será levada a cabo durante o ano que vem.

Martínez-Almeida admite, porém, que esta política implica o risco de que a ajuda acabe por ser repercutida no valor final das rendas, por parte dos proprietários. Mas assegurou, numa intervenção numa conferência sobre o mercado do arrendamento organizadas por Expansión e Unidad Editorial, que a sua equipa vai estar pendente de que tal não aconteça.

Martínez-Almeida afirmou que o aumento do preço do arrendamento na capital de Espanha se deve basicamente "ao estrangulamento da oferta face a um aumento da procura". E considera que o problema da subida de preços se deve atacar de várias formas:

  • É necessário, não só reforçar a segurança jurídica do ponto de vista do inquilinos - do qual se ocupa, em larga medida, o novo decreo lei do arrendamento aprovado pelo governo socialista do PSOE -, mas também dos senhorios.
  • Também é essencial, segundo o autarca de Madrid, desbloquear zonas com terrenos para construir casas a preços acessíveis, bem como fomentar as parcerias publico-privadas de forma a que os municípios encontrem fórmulas para erguer construções com a ajuda dos promotores privados, mediante diferentes formas, como o direito de superfície ou as concessões.

Martínez-Almeida destacou ainda que mais de 90% das casas arrendadas pertencem a pessoas físicas, particulares, que têm este mercado como rendimento principal ou complementar. Por isso, assegura que o município  - como tem capacidade de modificar o IBI (imposto equivalente ao IMI) - vai baixar o imposto a todos os proprietários que decidam colocar as suas casas no mercado de arrendamento, um incentivo fiscal que visa aumentar a oferta.

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