Vittorio Gregotti desenhou, com Manuel Salgado, o Centro Cultural de Belém. Faleceu este domingo em Milão, com pneumonia.
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Arquiteto italiano coautor do CCB morre vítima do coronavírus
Therese C / CC BY Niccolò Caranti / CC BY-SA

O coronavírus fez a primeira vítima mortal de uma figura ilustre da arquitetura internacional. Vitorrio Gregotti era conhecido, no mundo, como um dos pais da arquitetura moderna pelos traços de linhas retas e o conceito de urbanismo; em Itália foi contribuiu para desenhar a atual paisagem urbana do país; e em Portugal foi coautor do Centro Cultural de Belém (CCB). Este domingo, dia 15 de março de 2020, faleceu aos 92 anos devido a uma pneunomia agravada pelo Covid-19.

Nascido em Novara, em 10 de agosto de 1927, o arquiteto, urbanista e teórico da arquitetura morreu na clínica San Giuseppe, em Milão, onde a sua mulher, Marina Mazza, estava também internada, segundo noticiou a imprensa internacional. 

Gregotti começou, de jovem, por trabalhar na fábrica têxtil do pai na sua cidade natal, tendo-se formado em arquitetura em 1952 pelo Politécnico de Milão. Depois de terminar os estudos, mudou-se para os Estados Unidos, onde esteve em contato com outras grandes figuras como Mies van der Rohe e conheceu o trabalho de muitas outras, como Frank Lloyd Wright. 

Leitor voraz e apaixonado por música, filosofia e arte lírica, foi também professor nas faculdades de Veneza, Milão ou Palermo e ensinou em metade do mundo, de Buenos Aires a Harvard ou Cambridge.

Entre os projetos mais importantes realizados pelo Gregotti Associati International, o estúdio que fundou em 1974, contam-se o plano de desenvolvimento do distrito de Bicocca, em Milão (1985-2005), o Centro Cultural de Belém, em Lisboa (1988-1993) e o teatro lírico de Aix-en-Provence (2003-2007).

Em 1975, foi curador da Bienal de Veneza, a primeira em que a arquitetura apareceu oficialmente "como uma extensão do setor de artes visuais". O seu trabalho mais recente foi a renovação da antiga fábrica para o teatro do Teatro de Fundição de Leopolda, em Follonica (Grosseto).

Mas Gregotti rejeitou sempre a ideia de ser uma estrela da arquitetura e considerou que essa disciplina era "um esforço de equipa e não um palco", tal como dizia numa entrevista ao "La Stampa" há um ano.

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