Imobiliárias da Bay Area estavam otimistas com uma reviravolta nas vendas. Mas crise bancária ameaça inverter ciclo positivo.
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São Francisco
Foto de Cedric Letsch no Unsplash

O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) foi mais um “golpe” para o “deprimido” mercado imobiliário de São Francisco, nos EUA, frustrando o otimismo dos agentes imobiliários de que as condições finalmente começariam a melhorar. Mas a crise bancária ameaça inverter este ciclo.

Segundo a Bloomberg, e depois de meses de pouco dinamismo, as imobiliárias começaram a receber mais pessoas em ‘open houses’ e a receber ofertas acima dos valores pedidos. No início de março, contudo, a escalada das taxas juro, a queda dos preços das ações e a multiplicação das demissões das grandes empresas de tecnologia moderaram as esperanças de uma recuperação na primavera.

Compradores, vendedores e agentes estão abalados e mais pessimistas. "Quando as pessoas entram em pânico, é mau para os gastos do consumidor, particularmente para o mercado imobiliário", considera Selma Hepp, economista-chefe da empresa de análise imobiliária CoreLogic, citada pela publicação.

A incerteza que o colapso do SVB acrescenta será especialmente aguda na Bay Area, onde os preços das casas dispararam, apenas para começarem a cair no ano passado, quando os custos dos empréstimos quase duplicaram. "Este pode ser o ponto para a correção do crescimento insustentável que tivemos na última década", diz agente da Redfin Josh Felder.

Na Bay Area, embora a corrida bancária tenha "aumentado o nervosismo" num mercado que já estava nervoso, "não é como se tudo estivesse paralisado", comenta Lynn Norte, agente de imobiliário de luxo em Los Altos. Espera que a maioria dos compradores e vendedores avance com os planos que tinham antes da semana passada, contudo, "se alguém for muito avesso ao risco, vai dizer ‘Vemo-nos no próximo ano'".

"Algumas pessoas farão uma pausa e não prosseguirão até que haja mais garantias de que os americanos podem ter fé nas instituições bancárias", considera Adam Touni, agente da Compass. "Outros verão isso como uma oportunidade de fechar uma venda."

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