A alta inflação e as flutuações do mercado têm afetado – e muito – o custo de vida um pouco por todo o mundo, influenciando a decisão de quem decide trabalhar fora do seu país. Olhando para o custo de vida de 227 cidades do mundo, a Mercer concluiu que a cidade mais cara para os expatriados em 2023 é mesmo Hong Kong, seguida de Singapura e Zurique. Já Lisboa surge na 117ª posição deste ranking, tendo descido 8 lugares face ao ano passado.
Quem emigra para trabalhar ou tem a liberdade de fazê-lo remotamente a partir de qualquer parte do mundo, um dos fatores que tem em conta na hora de eleger o destino é a relação entre custo e qualidade de vida. E neste contexto o Cost of Living City Ranking 2023 da Mercer pode ajudar. Desde logo, salta à vista que há cinco cidades europeias entre as 10 mais caras para viver: quatro delas situam-se na Suíça (Zurique, Geneva, Basel e Berna) e a quinta é Copenhaga, na Dinamarca.
Entre as cidades europeias que apresentam o custo de vida mais caro está ainda Londres (17º), Viena (25º), Amesterdão (28.), Praga (33º), que subiu 27 posições desde o ano passado, e Helsínquia (34.). É preciso descer à 117ª posição para encontrar Lisboa, que se situa a meio da tabela, tendo descido oito lugares face à última edição.
Porque é que Lisboa desceu no ranking das cidades mais caras para viver? “O custo de vida [em Lisboa] aumentou, mas no período de análise, este custo de vida acabou por comparativamente descer face a outras capitais”, explica Tiago Borges, career business leader da Mercer Portugal, citado pelo ECO. Olhando para as diferentes componentes de análise do custo de vida, verifica-se que a habitação na capital portuguesa ficou muito mais cara face a outras geografias. Além disso, o euro desvalorizou face a outras moedas, como o dólar, tornando “Lisboa relativamente mais barata”, diz ainda.
A nível global, “o custo não é o único fator que influencia a atratividade de um local para trabalhadores e empresas. Um fator igualmente importante é a qualidade de vida geral que uma cidade oferece. Por outro lado, riscos e outras questões negativas, como desastres naturais, turbulência política e/ou económica, altas taxas de criminalidade, infraestruturas precárias e baixa conectividade internacional, podem ter o efeito contrário”, lê-se no estudo, que analisa várias componentes sobre o custo de vida desde a habitação, ao transporte, passando também pela alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento.
Neste contexto, as cidades “mais bem-sucedidas” em atrair trabalhadores, nómadas digitais e 'teletrabalhadores' são aquelas que “combinam políticas flexíveis para talentos em mobilidade, alta qualidade de vida e custo de vida razoável”, concluem.
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