CE quer que países dupliquem investimento em casas a preços acessíveis, disponibilizando mais financiamento.
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Habitação acessível na Europa
Margaritis Schinas, vice-presidente da CE Getty images

A Comissão Europeia (CE) quer dar passos “concretos e eficazes” na habitação para desempenhar um papel mais relevante nesta área, mas sem deixar de respeitar os princípios da “subsidiariedade e da proporcionalidade”. A ideia passa por “apoiar e não substituir” tantos os Estados-membros, como as autoridades locais, que vão continuar a deter as principais competências em matéria da habitação.

A informação foi avançada pelo vice-presidente da CE, Margaritis Schinas, durante o seu discurso num debate sobre habitação a preços acessíveis na sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo (França).

“Recentemente, as únicas questões para as quais tínhamos competência em termos de habitação eram muito limitadas. Mas agora sente-se uma enorme convergência de pontos de vista para falar sobre como avançar”, disse o político grego, consciente de que “o acesso a uma habitação acessível, incluindo a habitação social, sustenta não só a coesão social, mas também o crescimento económico e a competitividade”.

Facilitar o acesso à habitação a preços acessíveis, acrescentou, “é também fundamental para resolver o problema das pessoas em situação de sem-abrigo, que é a forma mais extrema de exclusão social e privação de habitação”.

Margaritis Schinas defendeu ainda no seu discurso aos eurodeputados que a CE “já fez muito para promover estes objetivos”, experiência que quer “aproveitar para reforçar ainda mais a ação a nível da UE”.

Para o fazer, o próximo executivo comunitário vai ter, pela primeira vez, um comissário responsável pela pasta da Habitação. Quem foi nomeado para assumir a pasta foi o dinamarquês Dan Jørgensen, que terá a missão de atrair investimento para a habitação e ainda de promover a redução de custos na construção.

Construção de casas na Europa
Getty images

Vai haver mais dinheiro disponível para criar habitação acessível

Tal como já anunciado pela presidente da CE, Ursula von der Leyen, a habitação será uma prioridade fundamental para o próximo ciclo político e para o próximo ano de governação. E Margaritis Schinas acrescentou agora que, pela primeira vez, Bruxelas vai lançar uma iniciativa europeia de habitação a preços acessíveis com um plano que terá como objetivo adotar uma abordagem holística para abordar os fatores estruturais da crise imobiliária.

Para alcançar este objetivo, o vice-presidente da CE explicou que será necessária uma estratégia específica para a construção de habitação que ofereça assistência técnica às cidades e aos Estados-membros, mas também que se concentre nos investimentos e reformas necessárias.

“Mas além da regulação e do planeamento, sejamos realistas, precisamos também de recursos adicionais e de uma melhor utilização dos existentes para colmatar as lacunas de investimento no setor da construção e reforçar a oferta”, acrescentou. É por esta razão que se está a trabalhar, em conjunto com o Banco Europeu de Investimento (BEI), numa plataforma de investimento pan-europeia para habitação acessível e sustentável, a qual vai atrair investimentos públicos e privados.

A CE vai propor ainda a injeção de liquidez no mercado, permitindo aos Estados-membros duplicar os investimentos planeados da política de coesão em habitação a preços acessíveis. E vai ser possível ainda ajudar a reduzir a pobreza energética através do apoio prestado pelo Fundo Social para o Clima às famílias vulneráveis, no que diz respeito à renovação das casas em termos energéticos. É neste sentido que Margaritis Schinas diz que quer "estabelecer e implementar estes planos de forma rápida e eficaz".

*Com Europa Press

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