
Quando estalou a pandemia, em 2020, foram vendidas 822 mil casas nos EUA, o valor mais elevado desde 2006 (altura em que foram adquiridas mais de 1 milhão de habitações), segundo revelam os dados da Statista. Agora, um estudo da agência imobiliária Bright MLS revela que um em cada três norte-americanos que compraram casa desde o início da pandemia, planeia vendê-la em 2025.
Depois de o número casas vendidas nos EUA ter atingido um recorde de 14 anos em 2020, as transações tenderam a cair devido à pandemia. Ainda assim, o número de propriedades vendidas nos EUA desde que a Covid-19 eclodiu até 2023 está estimado em 2,9 milhões (os dados relativos a 2024 ainda não foram publicados), indica a Statista.
Os resultados de um recente inquérito levado a cabo pela agência imobiliária Bright MLS – que entrevistou mais de 1.500 norte-americanos – revelam que 32% dos compradores que adquiriram casa desde o início da pandemia nos EUA planeiam vendê-la em 2025. De notar, contudo, que este grupo de pessoas representa apenas 24% do total de proprietários.
Por detrás desta decisão de comprar casa durante a pandemia estavam os baixos juros no crédito habitação, acredita Lisa Sturtevant, economista-chefe da Bright MLS: “As taxas atingiram mínimos históricos (cerca de 4%) durante a pandemia e foram um grande incentivo para indivíduos e famílias comprarem uma casa”.
Assim, “muitos destes compradores conseguiram acumular rapidamente um valor significativo nas suas propriedades à medida que os preços das casas aumentaram”, acrescentou ainda Lisa Sturtevant. Isto porque, de acordo com dados divulgados em novembro pela agência imobiliária Realtor, os preços das casas nos EUA subiram 37% face ao mesmo mês de 2019, altura em que começaram a sair notícias sobre a Covid.
“Este aumento de riqueza gerou segurança financeira para este grupo de proprietários, o que também lhes permite comprar casas de uma gama mais elevada, mesmo no ambiente atual de taxas de juro relativamente elevadas” (atualmente em 6,7%), afirma Sturtevant.

Venda de casas nos EUA motivadas por vários fatores
Este mesmo estudo da imobiliária Bright MLS revela que um em cada cinco proprietários norte-americanos planeia vender a casa no próximo ano. Mas este número varia muito consoante a idade:
- 27% dos proprietários com idades entre 30 e 39 anos pretendem vender a casa;
- 28% dos proprietários entre 40 e 49 anos quer vender a casa;
- 10% dos proprietários entre 50 e 59 anos pretende transacionar a habitação;
- 6% dos proprietários com 60 anos tem esta intenção.
Vender uma casa não depende apenas da situação financeira, mas também de motivos pessoais. Este inquérito mostra que a maioria dos jovens proprietários que querem vender a casa (apesar dos elevados juros) são motivados pela ambição, seja pessoal seja profissional.
Entre as pessoas de faixas etárias medianas destacam-se as mudanças profissionais ou familiares, como divórcios, nascimento de filhos ou proximidade com outros familiares. Já os proprietários mais velhos que querem vender a casa pretendem procurar uma habitação mais pequena e mais próxima da família.
“Os vendedores vão precisar de definir os preços com cuidado para atrair compradores, especialmente em mercados onde a acessibilidade é um problema”, avisa Danielle Hale, economista-chefe da Realtor, alertando ainda que “o quadro geral dependerá em grande parte de como as condições económicas, as taxas de juro e a oferta de habitação vai evoluir durante os primeiros meses do ano".
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