O mercado de arrendamento em Londres continua a apertar o cerco aos inquilinos. Os bairros mais desejados estão praticamente fora do alcance de todos, exceto dos residentes mais abastados, e essa pressão começa a transbordar para áreas adjacentes, como Brockley e Bethnal Green. O aumento dos preços ameaça tornar a capital britânica cada vez menos acessível para famílias e jovens profissionais.
Segundo uma análise da Bloomberg, baseada em dados do site de partilha de casas Spareroom, os inquilinos estão a ser empurrados para zonas ligeiramente mais acessíveis, mas mesmo estas não permanecem baratas por muito tempo. “Normalmente, quando as pessoas são pressionadas, as rendas caem mais rapidamente nas áreas mais caras e sobem mais depressa nas mais baratas”, explicou Matt Hutchinson, diretor da Spareroom, citado pela publicação.
Os preços médios, entre 876 libras (1.000 euros à taxa de câmbio atual) e 966 libras (1.109 euros) por mês, têm subido 1,3% no ano até ao terceiro trimestre, superando os códigos postais de topo, enquanto áreas mais baratas registam quedas.
A agência de notícias internacional, especializada em finanças, destaca que bairros outrora acessíveis, como Clapham, tornaram-se proibitivos, com quartos acima de 1.000 libras (1.149 euros) por mês. Inquilinos procuram alternativas como East Dulwich, que oferece uma poupança anual de cerca de 2.200 libras (2526,74 euros), ou Blackheath e Brockley, onde as rendas subiram 9% e 8%, respetivamente. O fenómeno demonstra que a pressão nos códigos postais de topo está a transbordar, criando uma escalada de preços nos bairros de nível intermédio.
Os dados oficiais mostram que, em 2024, uma família típica gastou quase 42% do seu rendimento em renda, ultrapassando 50% em Westminster, Wandsworth, Camden e Hammersmith & Fulham, e quase 75% em Kensington & Chelsea.
Como referiu Hutchinson à Bloomberg, “devido à escassez crónica de oferta no mercado de arrendamento de Londres, cumprir os critérios de acessibilidade – não gastar mais de 30% do salário em renda – é raramente possível”. Esta situação força trabalhadores a procurar alternativas fora da capital.
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