Em 2020 foram ocupados 272.000 m2 em espaços de armazéns e de logística, o terceiro valor mais elevado de sempre em Portugal.
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Ocupação em espaços de armazéns e de logística em alta com a pandemia – sobe 24% face a 2019
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Em 2020, ano marcado pelo aparecimento da pandemia da Covid-19, foram ocupados 272.000 metros quadrados (m2) em espaços de armazéns e de logística, o que representa um crescimento de 24% relativamente a 2019 e o terceiro valor mais elevado de sempre em Portugal. Esta é uma das conclusões a retirar do relatório “Portugal Logistics MarketView 2020”, divulgado pela CBRE. Cristina Arouca, diretora de Research da empresa em Portugal, antecipa “um crescimento exponencial da ocupação de espaços logísticos, nomeadamente em Lisboa”. 

Segundo o estudo realizado pela consultora imobiliária, existe ainda uma reduzida disponibilidade de espaços para ocupação logística, o que limitou os níveis de absorção na capital portuguesa, onde se verificou uma quebra de 13% face ao ano anterior. “No entanto, uma tendência para uma maior dispersão geográfica e a propensão para o desenvolvimento de espaços logísticos à medida do ocupante, o denominado ‘fato-à-medida’, contribuíram para um crescimento da ocupação de espaços logísticos em todo o país (o ‘fato-à-medida’ representou 85% da ocupação). A mesma análise refere uma estabilização da renda prime que se fixou em 3,75 euros por m2 (€/m2) por mês na zona logística Azambuja-Carregado”, lê-se no comunicado enviado pela CBRE às redações.

A consultora constatou que houve “uma diminuição do volume de investimento”, o que se deve “à escassez de imóveis para venda, mas uma pressão para a contração da yield prime que se traduziu numa redução de 40 pontos base face ao ano anterior, para 5,85%”. 

Nuno Pereira da Silva, diretor da área de Industrial e Logística da CBRE, considera que os recentes eventos globais destacaram a importância da logística e das cadeias de abastecimento, tendo-se verificado “uma aceleração da procura dos ocupantes de logística e uma maior relevância atribuída a questões como custo e disponibilidade de mão de obra, logística urbana, custos de arrendamento e flexibilidade”. 

“Consequentemente, fundamentos de ocupação fortes reforçaram a atenção dos investidores em imobiliário comercial de rendimento no setor logístico, pelo que prevemos uma procura elevada de imóveis logísticos para investimento ao longo do ano, especialmente em polos logísticos emergentes”, acrescenta o responsável.

Para Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE Portugal, reitera uma ideia já deixada noutros estudos realizados pela consultora, a de que se antecipa “um crescimento exponencial da ocupação de espaços logísticos, nomeadamente em Lisboa, devido a um aumento da procura para logística de última milha para localizações próximas dos grandes centros urbanos, assim como a um crescimento de atividades de ‘nearshoring’ e de processos de restruturação e consolidação das empresas”. 

“Paralelamente, assiste-se a uma tendência para a conversão de fábricas devolutas devido à escassez de terrenos para desenvolvimento de espaços de logística junto aos centros urbanos”, comenta, citada no documento. 

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