Quase metade das empresas de construção em Portugal (48%) já “teve de despedir trabalhadores” para sobreviver aos problemas financeiros resultantes dos atrasos nos pagamentos do setor público, que são de 149 dias. Em causa está um estudo com base no índice de pagamento europeu da Intrum Justitia 2014.
Segundo o relatório, além da construção, os setores dos media, “utilities” (como eletricidade e gás) e os serviços empresariais são os mais afetados pelos atrasos nos pagamentos – 144, 93 e 137 dias, respetivamente. Como consequência, 40% das empresas de serviços financeiros e 38% das empresas de serviços empresariais já tiveram de despedir trabalhadores para equilibrar as contas.
A nível europeu, a duração média de pagamento é de 58 dias, sendo as empresas de construção “as que mais sofrem com atrasos ou falta de pagamentos”. No setor da construção, e a nível europeu, apenas 51% das faturas são liquidadas no prazo de 30 dias, menos que no setor da saúde (59%).
“Estes setores dependem largamente do setor público, que paga mais tarde do que as empresas privadas e do que os consumidores. Acreditamos que esta é a principal causa dos problemas de liquidez nestes setores de atividade”, disse o diretor geral da Intrum Justitia, Luís Salvaterra, à Lusa.
De acordo com o responsável, na Europa, “a duração média de pagamento no setor público é de 58 dias enquanto as empresas privadas pagam após 47 dias, em média, e os consumidores após 34 dias”.
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