Três dias antes do anúncio da resolução do Banif, com a venda ao Santander Totta, a Caixa Económica Montepio Geral avançou com um processo judicial contra o banco, no âmbito do qual reclama o reembolso de 20,3 milhões de euros, relacionados com um fundo de investimento imobiliário.
A ação movida pela entidade responsável pela atividade bancária do Montepio deu entrada na Comarca de Lisboa, Instância Central, 1ª Secção Cível, a 17 de dezembro e faz parte de uma lista de 56 processos judiciais interpostos contra o Banif ao longo deste ano, num total de 79 milhões de euros reclamados, tal como escreve o Diário Económico.
O processo interposto pela Caixa Económica Montepio Geral, conta o jornal, tem por base operações com o fundo imobiliário Lusíadas, gerido pelo Banif Gestão de Activos - ambos réus desta ação.
Em causa está, segundo explica o meio, a integração de património imobiliário naquele fundo que tinha sido dado como hipoteca por clientes da Caixa Económica, numa operação em que esta última entidade passou a ter o penhor sobre as unidades de participação dos seus clientes no Fundo Lusíadas.
A questão é que a gestora de ativos do Banif terá acabado por - aparentemente à revelia dos detentores do penhor (a Caixa Económica Montepio Geral) - onerar esse património ao entregar como dação a favor do Banif que, assim, se fez alegadamente pagar de outros créditos.
O fundo Lusíadas, que tem o empresário Aprígio Santos como único accionista e participante, está numa situação difícil, e tem em curso um Plano Especial de Revitalização (PER). As dívidas a 14 credores ascendem a 26 milhões de euros. O próprio Banif totaliza mais de 90% dos créditos. O Estado também é credor, em mais de 450 mil euros.
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