A taxa de juro negativa dos depósitos praticada pela Banco Central Europeu (BCE) “tem os seus limites”. O aviso foi dado ao mercado por Vítor Constâncio, vice-presidente da instituição que regula a zona euro. O alerta do economista portugês foi proferido depois de na quinta-feira passada o BCE ter decidido cortar todas as suas taxas de juro, passando a taxa diretora para 0%, um novo mínimo histórico, além de ter reforçado o programa de compra de ativos que lançou há um ano.
“Todas as políticas têm os seus limites. Tratando-se dos instrumentos que estamos atualmente a utilizar, isto é particularmente verdade para as taxas de juro negativas de depósitos”, disse Constâncio num artigo livre publicado no ‘site’ do BCE, citado pela Lusa.
A taxa de depósitos passou de -0,30% para -0,40%, um corte de 10 pontos base, assim como a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez para 0,25%, um corte de cinco pontos base.
A taxa de juro diretora, aplicada às principais operações de refinanciamento, estava em 0,05% desde setembro de 2014.
O Conselho de Governadores do BCE, recorda a agência de notícias, decidiu ainda alargar o programa de compra de dívida lançado há um ano e passou o volume mensal de 60 mil milhões de euros para 80 mil milhões de euros.
A instituição liderada por Mario Draghi vai também lançar a partir de junho quatro operações de refinanciamento de longo prazo, cada uma com uma maturidade de quatro anos.
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