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Comissões no crédito à habitação disparam e chegam a ser 40% mais caras
Montepio é o banco com comissões mais caras, mostra a infografia do Eco. autorizado

Os bancos encontraram nas comissões a arma para lutar contra a perda de rentabilidade que têm vindo a registar nos contratos de crédito à habitação devido às baixas taxas de juro. Todas as despesas iniciais dos empréstimos para a compra de casa custam mais do que há um ano. E os encargos regulares também. Alguns gastos foram agravados em 40%.

O Santander Totta superou a barreira dos três euros no mês passado, mas agora o Montepio decidiu fixar um novo recorde, segundo conta o Eco, dando nota de que o banco vai duplicar o encargo dos seus clientes, colocando-o perto dos quatro euros por mês. É o mais caro de todo o setor.

Comparando os preçários actuais com os de novembro de 2015, o Jornal de Negócios escreveu, por outro lado, que é notório o agravamento das despesas iniciais, como são a comissão de dossiê, a de avaliação e a de formalização e escritura.  

Entre os 11 principais bancos a operar no mercado nacional, cinco avançaram com aumentos das despesas e o Deutsche Bank foi a instituição que anunciou os maiores agravamentos, no último ano. 

A comissão de avaliação é agora de 260 euros, mais 38,9% do que em novembro de 2015. E, se há um ano não cobrava comissão de processamento de prestação, agora cobra 2,08 euros.  

Esta comissão é agora de 1,94 euros mensais, em média. Mais 6,4% do que há um ano. O Santander Totta avançou com um aumento de 16% e continua a ter o encargo mais elevado do mercado. Mas foi a comissão de avaliação que mais subiu. Passou a ser de 225,04 euros, em média, mais 6,5% do que em novembro de 2015. 

O que explica esta subida de comissões?

"Num ambiente de taxas de juro muito baixas ou mesmo negativas, a rentabilidade dos bancos ressente-se, pelo que é uma estratégia normal o recurso a comissões ou a descida da remuneração dos depósitos de clientes", explica a economista-chefe do BPI, citada pelo Negócios.

Dada a expetativa de "manutenção das taxas de juro em valores muito baixos por um período prolongado de tempo, é possível que a tendência continue, ainda que esteja sujeita aos valores praticados pela concorrência", antecipa a responsável.

Por outro lado, com esta estratégia, além de compensarem os indexantes negativos, os bancos conseguem "uma aparente agressividade comercial através do 'spread'", acrescenta o economista da IMF, também citado pelo diário, frisando que "é comercialmente mais eficiente baixar o 'spread' e, simultâneamente, subir as comissões". 

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