A Suíça, o paraíso fiscal de muitos milionários e empresas, está em vias de mudar como destino ideal para as fortunas internacionais. O sigilo bancário, que ao longo dos 82 últimos anos fomentou a transferência de capitais para aquele país, tem regras diferentes, desde o passado dia 1 de janeiro, obrigando a que sejam reunidos todos os dados bancários dos clientes estrangeiros dos seus 266 bancos para que, a partir de 2018, sejam partilhados automaticamente todos os anos com outros países.
Isto decorre de uma nova convenção internacional que visa a transparência e de combate à evasão fiscal, por via do interncâmbio de informação. Subscrita por 38 membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a Suíça aderiu há dois anos, para começar este ano a aplicar o acordo, recorda o Observador, dando nota de que esta condição salvaguarda à Suíça o estatuto de centro financeiro global, mas marca o início do fim da sua reputação como paraíso fiscal.
A partir de agora, todos os países com os quais a Suíça tenha feito este acordo, não precisam de pedir informação – ela será atualizada automaticamente, uma vez por ano, ainda que nunca possa ser tornada pública ou usada para outro fim que não a avaliação fiscal. Antes, os bancos com operações no mercado helvético só podiam divulgar informação bancária a pedido de outro país com o qual existissem acordos para evitar a dupla tributação.
Mas tal como indica o jornal, continua a haver ainda uma proteção no sistema bancário suíço, que tem a ver com a recusa em colaborar quando as provas ou suspeitas de fraude ou evasão fiscal resultam de “informação roubada”. Ou seja, em casos como o do Swissleaks, quando foram divulgados dados que envolviam o braço financeiro do banco HSBC em Genebra.
Para poder comentar deves entrar na tua conta