Nas duas últimas semanas, dois incêndios de grandes dimensões fizeram mais de uma centena de vítimas mortais e desaparecidos em Portugal e Inglaterra. Quase todos os verões, sem exceção, há tragédias destas pelo mundo. E como, infelizmente, estas desgraças não acontecem só aos outros, apresentamos-te um guia para que saibas como reagir em caso de fogo e evites, ao máximo, que tudo se torne num drama mais.
Em casa
Manter a calma quando se veem chamas a aproximar-se de casas pode ser difícil, mas é essencial para garantir a segurança. E de imediato é preciso avisar os bombeiros e seguir todas as instruções, sem dar resistência.
Em casa, fecham-se as portas e janelas (os portões da rua não devem estar trancados e as luzes do exterior devem ficar acesas). Qualquer entrada tem de ser vedada para impedir que entrem faíscas e fumo. “Não se deve molhar a roupa. A água pode provocar queimaduras graves. É preferível que a roupa esteja seca”, diz Domingos Xavier Viegas, professor da Universidade de Coimbra e especialista no combate a incêndios, citado pelo Expresso. O vestuário mais adequado são calças, camisola de manga comprida, luvas e um lenço para proteger a cara.
O telemóvel só deve ser usado em situações imprescindíveis e o abastecimento de combustível à casa tem de ser cortado. Devem-se tirar as botijas de gás de casa e ter disponíveis algumas ferramentas (incluindo pás e mangueiras) e recipientes grandes cheios de água.
No carro
O primeiro passo é olhar em redor e tentar perceber se existe algum abrigo seguro por perto, onde seja possível chegar rapidamente. Se sim, então deve sair-se do carro e correr para esse ponto.
Caso não exista nenhum local, à semelhança do que acontece em casa, todas as janelas e portas do carro devem estar fechadas.
“É tema muito sensível para o qual não há certezas. No entanto, diria que o melhor seja aguentar no carro o máximo tempo possível. Ficar até o fogo passar. Porque sair do carro e correr sem destino não é a solução. Se ficar no carro há maior probabilidade de salvamento”, explica o especialista no combate a incêndios.
Na praia
“Ir para dentro de água não é uma garantia de salvamento”, refere Domingos Xavier Viegas ao semanário, frisando que “em muitas praias fluviais há muita vegetação à volta que pode pegar fogo. No máximo, pode ser o local em que a probabilidade de se ficar seguro é maior”.
Como ajudar os feridos
O mais importante é tomar atenção a quem está em redor. Num cenário de incêndio, a pessoa está exposta a temperaturas muito altas que podem provocar queimaduras corporais e também nas mucosas respiratórias.
É essencial que as pessoas se afastem da zona de incêndio para não continuarem expostas à agressão. Devem ser hidratadas e, se apresentarem os sintomas, devem pedir ajuda médica. “A estes sintomas, as pessoas devem estar muito atentas”, avisa Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, também citada pelo jornal.
Quem está no combate aos incêndios tem de fazer pausas, beber muitos líquidos e fazer refeições pequenas e ligeiras. O exercício físico violento agrava a desidratação e a dificuldade respiratória.
Em caso de queimaduras na pele, colocar uma toalha molhada nem sempre é a solução, alerta a Direção-Geral da Saúde.
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