
Portugal é o terceiro país da União Europeia (UE) onde as empresas mais recorrem a contratos a prazo, sendo que mais de um quinto dos trabalhadores têm vínculos precários. Os números não deixam dúvidas: os trabalhadores com contrato a termo e com outros vínculos atípicos representavam 22,2% do total de empregados por conta de outrem no final de 2017.
Segundo a Lusa, que se apoia em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este valor, que é semelhante ao registado em 2016, mantém Portugal no topo dos países da UE onde a percentagem dos trabalhadores com estes contratos temporários está mais presente. Só em Espanha e na Polónia as empresas recorrem mais a contratos temporários que em Portugal: 26,1% e 27,5%, respetivamente, de acordo com dados do Eurostat.
De referir que Portugal fica também bastante acima da média dos países da Zona Euro (15,6%) e da média dos países da UE (14,2%).
Para o professor da Universidade do Minho João Cerejeira, este “é um dos principais problemas” do mercado de trabalho português. Segundo o docente, “há uma componente estrutural”, comum a Espanha, que justifica esta percentagem alta: o peso “muito elevado” das atividades sazonais (turismo e construção), onde existe uma “prevalência maior” de contratos temporários.
“Há [nos dois países] muita facilidade na contratação a termo e uma penalização grande, do ponto de vista do empregador, das condições de despedimento e do ajustamento que as empresas podem ter de fazer da contratação a termo”, disse o economista, citado pela Lusa.
Segundo o INE, no último trimestre de 2017, quase 890.000 trabalhadores dos mais de quatro milhões existentes tinham um contrato a prazo ou outro vínculo atípico. E mais: dos quase 175.000 novos trabalhadores por conta de outrem contabilizados no final de 2017, a grande maioria (77,6%) tem contratos sem termo, sendo que apenas 39.000 novos postos de trabalho ofereceram um contrato a prazo ou outro tipo de vínculo.
1 Comentários:
Tudo culpa da maravilhosa lei laboral que tempos onde se privilegia o patronato.
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