
Turistas a mais, trabalhadores a menos. O Algarve está viver um dilema: tem muitas ofertas de emprego, para poucos candidatos aos lugares. Assim, e para combater falta de pessoas, foi lançada uma campanha de divulgação de oferta de “trabalho nas férias” junto de escolas, associações desportivas e juvenis para atrair jovens estudantes. Estás à procura de emprego? Esta pode ser uma boa oportunidade para ti.
A campanha, lançada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), pretende divulgar as propostas de emprego que existem, mas também a legislação para evitar os “pagamentos por baixo da mesa” com fugas aos impostos, noticia o Público. O objetivo é aliciar os estudantes, para que possam aproveitar o tempo de férias para trabalhar e ganhar algum dinheiro.
A criação desta campanha surge como uma oportunidade, mas com novas regras. Ao contrário do que sucedia nos anos anteriores, os trabalhadores estudantes não se sujeitam à perda dos abonos familiares ou bolsas de estudo. As empresas, por sua vez, têm de fazer um desconto de 26% para a Segurança Social sobre uma base remuneratória convencional.
Contratos precários, mão de obra barata e falta de fiscalização
A falta de fiscalização e de informação está, segundo o sindicalista Tiago Jacinto, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares, na origem dos muitos abusos da mão-de-obra barata – há casos de empresas a pagar 2,50 euros a hora.
O responsável explicou que a falta de pessoas se deve ao facto de se continuarem a promover “os contratos precários e os salários baixos” e “ofertas de emprego que não têm correspondência com a realidade”. “Usa e abusa-se dos estágios, criam-se expectativas de carreiras que acabam em frustrações”, disse.
De acordo com o jornal, o aproximar da época balnear está a deixar os empregadores algarvios em dificuldades para garantir qualidade e quantidade a uma procura crescente do setor turístico.
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