O TikTok não é apenas para os adolescentes que gostam de dançar. Esta aplicação que promove a partilha de vídeo, muito conhecida pelas coreografias que se tornam virais nas redes sociais, recentemente atingiu mil milhões de utilizadores ativos por mês. E alcançou este número a uma velocidade recorde. O Facebook levou cerca de nove anos para alcançar mil milhões de utilizadores, o Instagram cerca de oito e o YouTube e o WhatsApp cerca de sete anos. Lançado em 2016, o TikTok conseguiu atingir esta marca em apenas cinco anos.
O rápido crescimento desta rede social é explicada, em parte, pela crescente popularidade da Internet. O número de pessoas que estão conectadas à rede mais do que triplicou desde o surgimento do Facebook, segundo apurou a Our World in Data num projeto de investigação com sede na Universidade de Oxford. Os confinamentos motivados pela pandemia da Covid-19 também aceleraram a ascensão do TikTok.
Embora a plataforma já fosse extremamente popular tendo atingido 500 milhões de utilizadores em 2018, no primeiro trimestre de 2020 - isto é, no auge das restrições impostas para prevenir o contágio do coronavírus -, o TikTok foi descarregado 315 milhões de vezes. E o seu algoritmo também influênciou esta ascensão, já que a página "Para ti" da aplicação oferece aos utilizadores um número infinito de vídeos selecionados que é incrivelmente eficaz em manter os olhos colados aos ecrãs.
Enquanto as plataformas - como o Facebook - beneficiaram de um ambiente de baixa regulação quando foram lançadas, o TikTok enfrentou um maior escrutínio governamental. Em junho de 2020, o governo da Índia proibiu-o junto de dezenas de outras aplicações chinesas, evocando preocupações com a segurança nacional. Um mês depois, o então presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou fazer o mesmo. A plataforma foi proibida em vários países - incluindo Bangladesh, Indonésia e Paquistão - por conteúdo "impróprio".
Em abril, a Bytedance, dona da TikTok, foi convocada por reguladores chineses, junto de outras 33 empresas, e foi-lhe ordenado que parasse de se envolver em práticas anticompetitivas. E esta semana, o Ofcom, o regulador britânico de radiodifusão, publicou novas regras que vão sujeitar o TikTok e outras plataformas de partilha de vídeos a multas se não protegerem os utilizadores de conteúdos violentos, prejudiciais ou que transmitam ódio. Apesar destes contratempos, o TikTok continuou a crescer.
E as redes sociais concorrentes estão a recuperar terreno. O Instagram e o YouTube lançaram sas suas próprias funcionalidades de vídeo curto, chamados "Reels" e "Shorts", respetivamente. Adam Mosseri, chefe do Instagram, disse recentemente que a aplicação vai-se "inclinar" ainda mais para o vídeo, acrescentando que a plataforma "não é mais uma aplicação de partilha de fotos". Em 5 de outubro, a empresa lançou o "Instagram Video", que combina duas funções de vídeo anteriormente separadas. A rápida ascensão do TikTok demonstra uma clara preferência dos utizadores das redes sociais por conteúdos de vídeo. Isto até que a próxima aplicação bem-sucedida apareça no mercado.
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