A inflação está a disparar em Portugal, tendo atingido os 8,7% em junho, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). É com base na inflação média anual, excluindo a habitação, verificada em agosto que é calculado o coeficiente de atualização das rendas para 2023.
Até agora, o indicador utilizado para esta atualização já vai em 4,13% e tudo indica que vai continuar a subir nos próximos dois meses. E quanto é que poderão aumentar as rendas das casas no país? Contas feitas, mais de 60% dos portugueses vai sentir um agravamento das rendas entre 10 a 32,50 euros no próximo ano.
A atualização automática das rendas é feita com base na inflação média dos últimos 12 meses registada em agosto, excluindo a componente da habitação, de acordo com o Código Civil português. E a estimativa rápida do INE aponta que este indicador está em 4,13% em junho, um valor que deverá aumentar até agosto. Só mais tarde, até 30 de outubro, é que o coeficiente de atualização das rendas será publicado em Diário da República. De recordar que no início do ano as rendas apenas aumentaram 0,43%.
Esta atualização do coeficiente das rendas em função da inflação que se faz sentir no país vai aumentar as rendas das casas dos portugueses, segundo calcula o ECO tendo por base um coeficiente de atualização previsto de 5% e os 992.921 contratos de arrendamento apurados nos Censos 2021 do INE:
- Cerca de 30% das rendas da casa (com valores até 199,99 euros) deverão subir até 10 euros no próximo ano;
- Cerca de 40,4% das rendas (com valores compreendidos entre 200 e 399,99 euros) terão um aumento de 10 a 20 euros;
- Cerca de 21% das rendas (com montantes entre os 400 e os 649,99 euros) terão um aumento entre 20 a 32,50 euros;
- Cerca de 6,3% das rendas (entre 650 euros e 999,99 euros mensais) deverão subir entre 32,50 e 50 euros;
- Cerca de 2,2% das rendas de 1.000 euros ou mais vai subir mais de 50 euros.
Isto significa que a maioria dos portugueses – cerca de 60% - verá as rendas da casa subir entre 10 e 32,50 euros. E haverá ainda uma minoria que poderá sentir um aperto de mais de 50 euros, aponta a mesma publicação.
De notar que os senhorios não são obrigados a atualizar a renda de acordo com a inflação e ainda que as rendas antigas (anteriores a 1990 e de baixo valor) ficam de fora dos aumentos, pois são atualizadas ao abrigo da nova lei das rendas, diz o mesmo meio.
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