Desde que o programa de Autorização de Residência para o Investimento (ARI) foi lançado, em 2012, foram atribuídos 1.123 vistos.
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O investimento brasileiro captado através dos vistos gold ultrapassou os 870 milhões de euros em agosto, sendo que 2017 foi ano em que o Brasil mais investiu, de acordo com dados pedidos pela Lusa ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Desde que o programa de Autorização de Residência  para o Investimento (ARI) foi lançado, em outubro de 2012, ou seja, há quase 10 anos, foram atribuídos 1.123 vistos até agosto.

  • Em 2013, o investimento oriundo do Brasil captado através deste instrumento ascendia a 14,9 milhões de euros, num total de 14 vistos gold concedidos, sendo que no ano seguinte era de 41,5 milhões de euros (52 vistos atribuídos) e em 2015 ultrapassava os 33,8 milhões de euros (39 ARI).
  • Em 2016, o investimento mais do que triplicou para 117,7 milhões de euros (142 ARI), sendo que em 2017 o valor atingia os 178,8 milhões de euros, ano em os cidadãos brasileiros mais investiram, num total de 226 vistos concedidos.

Depois deste pico, o investimento diminuiu para 148,6 milhões de euros no ano seguinte (total de 180 vistos concedidos), voltando a subir para 158 milhões de euros em 2019 (210 vistos).

Investimento abrandou na pandemia

Durante a pandemia, os cidadãos brasileiros continuaram a investir através da ARI, mas a um ritmo muito menor: o investimento captado em 2020 foi de 83,9 milhões de euros, num total de 126 vistos gold atribuídos, e em 2021 totalizou 49,5 milhões de euros (70 vistos atribuídos).

Entre janeiro e agosto deste ano, o investimento captado soma os 42,9 milhões de euros, mais 60% do que os 26,8 milhões de euros registados em igual período de 2021. No ano passado, foram concedidos 42 vistos gold ao Brasil nos primeiros oito meses do ano, sendo que este ano o número ascende a 64 no final de agosto.

Só no mês passado, o investimento brasileiro somou 6,6 milhões de euros e 10 ARI concedidos, mais do dobro do investimento em agosto de 2021 (2,5 milhões de euros e três vistos atribuídos). Dos 10 vistos concedidos em agosto passado:

  • cinco (4,7 milhões de euros) dizem respeito à compra de bens imóveis no valor igual ou superior a meio milhão de euros;
  • três são relativos à compra de imóveis para reabilitação urbana;
  • dois segundo o critério de transferência de capitais no montante igual ou superior a 350 mil euros, destinados à aquisição de unidades de participação em fundos de investimento ou fundos de capitais de risco vocacionados para a capitalização de empresas, que sejam constituídos ao abrigo da legislação portuguesa.

Em termos acumulados desde 2012, a maior parte do investimento brasileiro através dos vistos gold foi realizada através da compra de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, num montante acima dos 660 milhões de euros, seguindo-se a transferência de capitais (mais de 181 milhões de euros). Quanto a vistos gold atribuídos segundo o critério de criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho, o Brasil soma três (um em 2018 e dois em 2019).

EUA ultrapassam a China em agosto

O investimento norte-americano captado através dos vistos gold totalizou 73 milhões de euros este ano, acima dos 65 milhões de euros registados pela China, de acordo com dados do SEF pedidos pela Lusa.

Estes dados demonstram um abrandamento do investimento de origem chinesa angariado através da ARI, já que a China tem ocupado o primeiro lugar da lista de nacionalidades que mais investem através deste programa, lançado em outubro de 2012.

Entre janeiro e agosto, os EUA ultrapassaram a China e somam um investimento de 73,2 milhões de euros, com um total de 145 vistos gold atribuídos. No mesmo período, a China contabiliza um investimento de 65 milhões de euros e 134 ARI.

O investimento norte-americano mais do que duplicou face aos 25,1 milhões de euros (47 vistos gold) registados nos primeiros oito meses de 2021 e o chinês caiu 38% (106,1 milhões de euros e 208 ARI).

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