A ideia do presidente-executivo de Hong Kong John Lee passa por construir 30.000 casas modulares temporárias.
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Crise imobiliária em Hong Kong
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O mercado imobiliário de Hong Kong é considerado um dos mais caros do mundo. E este cenário torna o acesso à habitação cada vez mais difícil, sobretudo, para as famílias de rendimentos médios e baixos. Perante este panorama, o presidente chinês Xi Jinping está a pressionar o presidente desta cidade para que crie medidas para dar “casas dignas” às famílias mais vulneráveis. E assim será: Hong Kong já anunciou novos esforços para enfrentar a crise imobiliária que se sente na cidade, investindo cerca de 3,3 biliões de dólares para construir cerca de 30.000 casas modulares temporárias.

Já há um programa desenhado para fazer frente à crise imobiliária instalada em Hong Kong. Em concreto, a cidade vai disponibilizar 3,3 biliões de dólares (cerca de 3 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) para construir cerca de 30.000 apartamentos temporários nos próximos cinco anos. O secretário de Habitação, Winnie Ho, considera que este “projeto social é muito importante”. O objetivo deste novo programa passa por dar às famílias a possibilidade de sair de casas pequenas e sobrelotadas enquanto aguardam por habitações públicas, escreve a Bloomberg

Aumentar a oferta de habitação em Hong Kong ganhou maior urgência depois da China ter identificado a crise imobiliária como uma das razões por detrás dos protestos pró-democracia (por vezes violentos) que decorreram em 2019. Foi aqui que o governo chinês começou a pressionar Hong Kong a resolver o problema da habitação.

Como vão ser construídas estas casas em Hong Kong?

Foi em 2022 que o presidente-executivo John Lee apresentou este projeto que vem criar mais oferta de habitação em Hong Kong, tendo sido apontado como uma solução potencialmente eficaz e de curto prazo.  O programa “Habitação pública leve” prevê, assim, construir casas modulares de forma rápida, para que sejam ocupadas de forma temporária pelas famílias até que as novas habitações públicas cheguem ao mercado. Já foram reservados oito locais em toda a cidade para construir estas novas habitações modulares.

No entanto, esta medida de habitação temporária está a ser alvo de críticas. “É uma medida paliativa em tempos extraordinários”, disse Ryan Ip, codiretor de pesquisa do think tank Our Hong Kong Foundation, citado pelo mesmo meio. E salientou ainda continuará a haver falta de oferta de casas públicas nos próximos 5 anos e que as 30.000 unidades só “podem preencher a lacuna nesse período”. Também Brian Wong, investigador da Liber Research Community, diz que o projeto temporário é ineficiente e muito caro, com o custo por metro quadrado a ser 25% superior face à construção tradicional.

De notar que foram construídas em Hong Kong cerca de 69.000 casas públicas para arrendar até 2022 e o objetivo passa por edificar mais 360.000 na próxima década, com dois terços a chegar no segundo semestre de 2023. Com esta iniciativa, a ideia do presidente executivo de Hong Kong passa por reduzir o período de espera por uma casa pública de 5-6 anos para 4-5 anos.

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