O montante total de empréstimos para habitação está a recuar em Portugal há seis meses, ou seja, desde o início do ano. Um indicador que permite concluir que a procura por crédito habitação está a desacelerar, devido sobretudo à subida em flecha das taxas de juro. Os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) confirmam este cenário: em junho, o montante total de créditos habitação em Portugal fixou-se em 99 452,7 milhões de euros, menos que em maio (99 521,8 milhões de euros) e mais que no período homólogo (99 156,9 milhões de euros).
“No final de junho de 2023, o montante total de empréstimos para habitação era de 99,5 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões de euros do que em maio. A taxa de variação anual destes empréstimos voltou a diminuir, fixando-se em 0,4% em junho de 2023 (0,9% em maio)”, lê-se no boletim divulgado pelo BdP esta quarta-feira (26 de julho de 2023).
Conclui-se, portanto, que o montante total de crédito habitação concedido em Portugal está a diminuir desde janeiro de 2023, mês em que chegou aos 100 063,1 milhões de euros. Desde então foi sempre a descer, até aos atuais 99 452,7 milhões de euros. Trata-se, de resto, do montante mais baixo registado no último ano – entre junho de 2022 e junho de 2023 –, apesar de representar ainda um dos maiores valores verificados desde 2015.
O BdP revela, ainda, que os empréstimos ao consumo atingiram, em junho, 20,8 mil milhões de euros, mais 0,1 mil milhões de euros que em maio. “Em termos anuais, este valor reflete um crescimento de 3,8% em relação a junho de 2022 (4,4% em maio)”, indica o supervisor.
Crédito às empresas a subir
No caso das empresas, o montante total emprestado aumentou em junho, ao contrário do que tinha acontecido em maio. “O montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas ascendia a 74,2 mil milhões de euros, no final de junho de 2023, mais 0,3 mil milhões de euros do que em maio. Foi o primeiro aumento mensal deste tipo de empréstimos em 2023”, conclui o BdP.
“Apesar do aumento mensal, quando comparado com junho de 2022, o montante de empréstimos decresceu 2,6%”, acrescenta a entidade liderada por Mário Centeno.
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Renegociação de crédito habitação dispara num ano com subida de juros
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A Deco defende que, em Portugal, seja estabelecida uma regra para a oferta de taxa fixa no crédito à habitação, considerando que a falta de regulamentação não permite que as taxas sejam transparentes e, logo, não fomenta a concorrência entre bancos.
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