
O trabalho faz parte do quotidiano e é um elemento fundamental que nos permite obter dinheiro para a concretização das nossas ambições. A nossa vida deve ter vários objetivos: a compra da casa, a compra do carro, a viagem de sonho. Porém, geralmente, não se consegue (nem se pretende) concretizar as compras mais dispendiosas a pronto.
Por isso, é frequente contrair um empréstimo (ou dois) como meio de assegurar a compra de uma casa (ou de um carro), por exemplo. Quem tem dois ou mais empréstimos deve considerar a hipótese de fazer a consolidação de créditos, de modo a poupar nas suas mensalidades. Quando se consegue reduzir as prestações dos créditos, ficando apenas com um, obtém-se uma folga mensal que pode ser investida noutras áreas.
Ao juntar os créditos num só, fica apenas com uma prestação, necessariamente inferior ao conjunto das outras. Por isso, esta solução assegura uma simplificação da gestão dos teus créditos e garante um montante adicional para novos projetos.
Para que serve o crédito consolidado?
O principal objetivo de um crédito consolidado é: poupar. Um crédito consolidado permite conjugar as prestações mensais de vários créditos num só. Desta forma, em vez de pagar várias mensalidades, o crédito consolidado permite que só pagues uma mensalidade, o que contribuirá para uma poupança mensal significativa até 60%.
Esta solução impedirá o sobreendividamento, porque possibilita uma melhor gestão do orçamento familiar, ficando a pagar uma taxa de juro inferior a uma entidade, em vez de se terem a cargo vários pagamentos em bancos distintos para coisas diferentes (casa, carro, eletrodomésticos, mobiliário e férias, outros).
Assim, o crédito consolidado permite juntar todos os teus créditos num só, resultando numa prestação única e com um prazo de pagamento fixo.
Vantagens que o crédito consolidado pode apresentar
A consolidação do crédito pode trazer muitas vantagens que importa considerar e ter em conta, nomeadamente:
- Permitir reduzir a prestação mensal;
- Não ter comissão de abertura;
- Reunir todos os créditos numa única entidade de crédito;
- Não ter comissões com outras instituições, sem preocupações com outros créditos;
- Ter uma prestação fixa, sem surpresas;
- Ter taxas, mensalidades e prazos fixos, podendo haver ajustes à sua escolha, durante o período de crédito;
- Pagar menos por mês ao alargar o prazo de pagamento ou reduzir a taxa de juro;
- Possibilitar uma gestão financeira simplificada;
- Reunir entidade, mensalidade e taxas únicas sob uma só data e um único prazo de pagamento.
Modo de funcionamento de um crédito consolidado
Podemos ter em conta um exemplo. Se uma pessoa tem 3 créditos pessoais, num total de capital em dívida de 15.000€, a entidade escolhida para a realização do crédito consolidado paga os seus créditos às respetivas entidades credoras.
Posteriormente, o cliente passa a ter um único crédito, que terá ao seu encargo uma prestação inferior, em comparação com o valor das 3 mensalidades. O valor a pagar por uma mensalidade dependerá de cada caso. Contudo, com o crédito consolidado, a redução da mensalidade pode chegar a 60%.

Critérios para aceder ao crédito consolidado
No momento de pedir um crédito, a tua situação financeira é avaliada para se verificar se tens condições para pagar as prestações. Terás de ser capaz de cumprir com o compromisso assumido.
Desta forma, para se realizar um crédito consolidado, há três critérios que podem ser decisivos no processo:
- Não podes ter nenhuma prestação de crédito em atraso. Esta solução não se destina a quem entrou em incumprimento, servindo sim para alguém em dificuldades de gestão e que precisa de ganhar um novo fôlego financeiro. Uma pessoa que se encontre em incumprimento com alguma entidade financeira e o respetivo nome estiver na lista negra do Banco de Portugal, não apresenta condições para pedir um crédito consolidado.
- teres mais de 2 créditos em teu nome. A opção de consolidar os créditos destina-se a quem tem vários créditos (no mínimo dois financiamentos, além do crédito habitação) e procura ver o seu encargo mensal reduzido.
- teres uma situação pessoal e profissional estável. O crédito consolidado será recusado a clientes de risco, a quem estiver numa situação de desemprego ou com mais despesas do que receitas.
Nestes casos, o banco pode solicitar algumas garantias, nomeadamente fiador ou fazer um crédito consolidado com hipoteca. No entanto, se recorreres a esta opção, terás de usar um bem imóvel como garantia ao empréstimo.
Documentos necessários
Embora os documentos possam variar de acordo com a entidade escolhida, alguns dos documentos que costumam ser solicitados são:
- Documento de identificação;
- Comprovativo de IBAN;
- Comprovativo de Rendimentos;
- Comprovativo de morada atual;
- Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal;
- Comprovativos de dívida de todos os créditos a consolidar.
É obrigatório consolidar todos os créditos?
Não, a consolidação de créditos não é obrigatória. Podes selecionar quais as dívidas que desejas incluir no processo.
É possível excluir o Crédito automóvel e o Crédito habitação da consolidação?
Sim. Como foi dito anteriormente, podes selecionar as dívidas que pretendes incluir no processo. Por isso, o crédito automóvel e o crédito habitação podem ser excluídos do processo de consolidação. Podes sempre selecionar as dívidas a incluir ou a excluir da consolidação dos créditos.
É possível consolidar apenas cartões de crédito?
Sim, se quiseres, podes apenas consolidar os seus cartões de crédito. A consolidação pode envolver a unificação de várias dívidas num único empréstimo. Por exemplo, podes incluir cartões de crédito, empréstimos pessoais, entre outros.

A quem deve recorrer para fazer um crédito consolidado?
Há várias instituições em Portugal que permitem juntar créditos num só. No momento de selecionar uma entidade, opte por uma que proteja os seus interesses e que garanta as melhores condições para o seu caso em específico.
Deve fazer por obter toda a informação necessária para tomar uma decisão consciente e informada. Geralmente, há simuladores de crédito consolidado que permitem avaliar melhor esta solução.
Eis algumas das entidades financeiras que proporcionam a oportunidade de juntar créditos num só:
- BPI
- Caixa Geral de Depósitos
- Cetelem
- Cofidis
- Credibom
- Millennium
- Santander
- Unibanco
- entre muitos outros
Como obter a melhor proposta de consolidação de créditos?
Primeiro, é importante ter em mãos diferentes propostas do máximo de instituições possível, para ter informação para optar pelo crédito consolidado mais benéfico para nós. Os consumidores devem ter atenção à TAEG oferecida. Esta taxa inclui todos os custos do crédito, nomeadamente juros, seguros, impostos e comissões.
Também deve ter em conta se a instituição engloba ou não os custos iniciais do crédito no montante financiado no momento de optar pela melhor opção de consolidação de créditos. Este é um aspeto que poderá ser especialmente benéfico para os consumidores que enfrentam uma situação financeira limite.
Consolidação de créditos: é sempre a melhor opção?
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) defende que a consolidação de créditos (alguns com taxas altas) se revela uma solução tentadora, porque permite juntar as diferentes mensalidades numa só prestação.
É que embora esta opção possa permitir ganhar liquidez mensal, a DECO alerta para o facto dela também poder significar pagar mais em juros, além de se ter de lidar com comissões e penalizações por reembolso antecipado.
Como o prazo de todos os empréstimos (à exceção do crédito à habitação) é aumentado, os custos são mais significativos a longo prazo. Ou seja, um empréstimo para umas férias destinado a ser pago num ou dois anos, pode ser pago em 7 ou até 30 anos. Desta forma, o valor dado por mês é bastante inferior, mas a longo prazo vai gastar mais dinheiro com juros.
A consolidação de crédito pode ainda implicar custos adicionais de natureza legal relacionados com o novo contrato de crédito, como emolumentos e imposto do selo. Além disso, como terá de amortizar os créditos a consolidar, a medida pode também envolver penalizações.

Recomendação final
Se queres avançar para a hipótese de consolidar os créditos, deves analisar cuidadosamente a tua situação. Embora esta possa ser uma boa solução para quem não consegue pagar todas as prestações e despesas mensais, há que ter noção de que ela implica custos superiores a médio e longo prazo.
É verdade que esta opção permite desafogar o orçamento familiar no imediato. No entanto, a longo prazo, revela-se mais cara. Desta forma, avalia bem o teu orçamento, antes de avançares para a consolidação de créditos. Só deves avançar para a consolidação de créditos se realmente não tiveres rendimentos para cobrir todas as despesas mensais.
Se decidires avançar, não aceites logo a primeira proposta que recebas. Idealmente, deves solicitar várias simulações, comparares a oferta de bancos distintos e, só então, optares pela opção que apresenta a TAEG (taxa anual de encargos efetiva global) inferior. É nesta taxa que o custo total do crédito será refletido.
A opção de crédito consolidado que apresentar a taxa mais baixa representará o crédito mais barato. Tem também em linha de conta o prazo do novo crédito, quando decides consolidar crédito. Deves optar pelo que oferecer o prazo mais curto, porque permite ter uma prestação confortável para o teu rendimento atual e tem em conta um prazo mais alargado. Quanto maior for o prazo, maior será o valor a pagar em juros. Por isso, mais caro ficará o crédito no seu término.
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