Regras do PDM obrigam a realizar discussão pública devido ao cumprimento do sistema de vistas.
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Futuro Museu Judaico de Lisboa
Lusa
Lusa

O projeto de construção do Museu Judaico de Lisboa, na freguesia de Belém, na área da frente ribeirinha, requer um debate público, considerando a exceção no cumprimento do sistema de vistas previsto no regulamento do Plano Diretor Municipal (PDM).

A proposta para “aprovar o interesse excecional da intervenção” do projeto do Museu Judaico de Lisboa e “promoção de debate público” foi agendada para a reunião privada de câmara desta segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024, mas a discussão e votação foi adiada a pedido do PS por precisar de tempo para a analisar. O documento será remetido para uma próxima reunião do executivo municipal, o que poderá acontecer já na quarta-feira.

Subscrita pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, a proposta refere que a Associação Hagadá submeteu em 14 de abril de 2023, à apreciação da Câmara Municipal de Lisboa, o licenciamento da obra de construção do Museu Judaico, com base no contrato-promessa de constituição de direito de superfície de um terreno municipal com a área total de 6.678,32 m2 (metros quadrados), que confronta a norte com a Rua de Pedrouços e a Rua da Praia do Bom Sucesso e a sul com a Avenida da Índia e a Rua Fernão Mendes Pinto, na freguesia de Belém.

Neste âmbito, a vereadora propôs que a câmara “delibere que a operação urbanística se reveste de excecional importância para a cidade, devendo ser promovido o debate público, nos termos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 18.º do regulamento do PDM”.

Torre de Belém
Foto de Tânia Mousinho no Unsplash

Essa alínea do regulamento do PDM refere que no subsistema da frente ribeirinha “os novos edifícios e as obras de ampliação, nos arruamentos que formem um ângulo igual ou inferior a 45 graus com a margem do rio, têm que respeitar os enfiamentos visuais preexistentes a manter e não podem constituir frentes contínuas de dimensão superior a 50 m, salvo intervenções urbanísticas cujo programa não seja compatível com estas exigências, se a câmara municipal considerar que revestem excecional importância para a cidade, devendo, neste caso, ser promovido debate público”.

Em dezembro de 2020, o executivo municipal, sob presidência do PS, aprovou a construção do Museu Judaico em Belém, e consequente revogação da instalação do equipamento em Alfama, localização que tinha sido alvo de contestação dos moradores. Passados três anos, a Câmara de Lisboa, presidida por Carlos Moedas, vai discutir o projeto de licenciamento da obra.

Museu Judaico terá área de implantação de 2.000 m2

O edifício proposto para o Museu Judaico tem uma área de implantação de 2.000 m2 e “uma área de construção de 6.055,64 m2, desenvolvendo-se no sentido nascente poente, com uma frente contínua superior a 50 metros, com cerca de 80 metros”, e prevê a requalificação da zona envolvente ao nível das infraestruturas e espaços verdes, segundo o documento a que a Lusa teve acesso.

“Considerando o caráter e local da intervenção, face ao seu programa especial e com exigências específicas, a proposta tem enquadramento jurídico no regulamento do PDM, caso a câmara municipal entenda que se reveste de excecional importância para a cidade e promova o ‘debate público’”, sublinha a proposta.

As entidades públicas e serviços municipais competentes já foram consultados, tendo, por exemplo, a Direção-Geral do Património Cultural emitido parecer de aprovação, “condicionado à submissão do projeto de execução, no que se refere, exclusivamente, às áreas de cobertura, reiterando as condicionantes arqueológicas”.

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