
Em fevereiro, a atividade no mercado de escritórios pautou-se pelo "forte dinamismo da procura", com os níveis de absorção a mais do que triplicar mensalmente tanto em Lisboa como no Porto, revela o último Office Flashpoint da JLL. Em termos acumulados, o mercado da capital é aquele onde a retoma da ocupação é "mais evidente", estando muito próxima da barreira dos 50.000 metros quadrados (m2) a um mês do final do trimestre.
“Os resultados de fevereiro vêm confirmar as nossas projeções para este início de ano, com o mercado de Lisboa a liderar claramente este movimento de retoma da procura; o que não surpreende, uma vez que também foi na capital que a ocupação mais travou em 2023. Estamos otimistas para 2024 e confiantes na evolução da ocupação em ambas as cidades, que deverão aproximar-se da média anual dos últimos anos”, comenta Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL.
Mercado de escritórios em Lisboa
Exibindo níveis de "atividade excecionais", em fevereiro foram concretizadas 18 operações que somaram uma ocupação de escritórios de 42.300 m2 em Lisboa, volume que é seis vezes superior quer face ao mês anterior quer face ao mesmo mês de 2023.
Fevereiro fica também marcado pela conclusão de vários negócios envolvendo áreas de grande dimensão, o que se traduz numa área média por operação de 2.350 m2 e em seis operações envolvendo espaços superiores a 1.000 m2. A ocupação mensal foi impactada pela mudança da sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o edifício WellBe, no Parque das Nações, o qual envolveu uma área de 26.700 m2 e que, crê-se, "será um dos maiores do ano", indica a JLL.
Há outras operações de grande dimensão em destaque, nomeadamente a instalação da Monday by Urbania no Marquês de Pombal 2 (3.850 m2); e uma operação de tomada de 2.240 m2 na zona 4. Espelhando o impacto da mudança da CGD para os resultados do mês, a zona 5 – Parque das Nações foi a mais dinâmica neste período, concentrando 64% da absorção mensal, enquanto o setor dos Serviços Financeiros liderou do lado da ocupação, com uma quota idêntica. Da mesma forma, a venda do espaço correspondeu a 63% da ocupação, com o arrendamento a representar apenas 35% da absorção mensal.
Em termos acumulados, nos dois primeiros meses de 2024 já foram ocupados 49.060 mm2 e concluídas 30 operações no mercado de escritórios da capital, com o volume de absorção a mais do que quadruplicar face aos 10.600 m2 tomados no período homólogo. Nestes dois meses de 2024 foram registadas nove operações envolvendo áreas superiores a 1.000 m2 contribuindo para que a área média por operação tenha aumentado para 1.635 m2, Mais de metade (57%) da área transacionada desde o início do ano encontra-se no Parque das Nações (zona 5), sendo o Prime CBD (zona 1) o segundo eixo mais dinâmico, com 18% da ocupação. O setor dos serviços financeiros foi o grande motor da procura, garantindo 60% da ocupação
Mercado de escritórios no Porto
Fevereiro foi igualmente um mês favorável para o mercado do Porto, que atingiu uma ocupação de 4.850 m2 e crescimentos de 233% face a janeiro e de 27% em termos homólogos. Dos cinco negócios concretizados, quatro foram assessorados pela JLL – que garantiu 98% da ocupação mensal, 4.740 m2 -; sendo que três envolveram espaços superiores a 1.000 m2, impulsionando a área média por operação para 969 m2.
Em termos de tipologia, todas as operações foram de arrendamento para ocupação imediata. A zona 3 – Zona Empresarial do Porto acolheu 57% da ocupação, fortemente impulsionada pela instalação de duas novas entidades no ICON Offices, nomeadamente a Fujifilm (1.624 m2) e a Vodafone (1.046 m2). Estas duas operações foram assessoradas pela JLL, que também foi a consultora responsável pela colocação da i-Charging numa área de 1.730 m² no Marechal 50 (zona 1), naquele que foi o maior negócio até à data. O setor das TMT’s & Utilities foi o mais dinâmico do lado da procura, assegurando a tomada de 98% do espaço transacionado neste mês.
"A boa performance de fevereiro elevou para 6.300 m2 a ocupação acumulada do mercado de escritórios do Porto em 2024, ligeiramente abaixo (- 8%) do nível de atividade reportado em igual período do ano passado (6.900 m²). O número de negócios concluídos desde o arranque do ano decresceu 18%, para um total de nove, dos quais três compreendendo áreas superiores a 1.000 m2", adianta a consultora.
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