Rendas das casas aceleraram subida para 11,6% no final de 2023, a variação homóloga mais elevada desde 2020, aponta o INE.
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Rendas antigas em Portugal
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O mercado de arrendamento em Portugal continua a mexer e a ser uma alternativa à compra de casa para muitas famílias, apesar de haver falta de oferta de habitação. É isso mesmo que indicam os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, dia 28 de março: foram selados 23.637 novos contratos de arrendamento no final de 2023, mais 4,5% face ao mesmo período do ano anterior. E a verdade é que há um preço a pagar por este maior dinamismo no mercado: as rendas das casas voltaram a acelerar o crescimento para 11,6% neste período, uma variação homóloga superior face à observada no trimestre anterior (10,2%) e a mais elevada desde 2020.

Só no final de 2023, foram fechados 23.637 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal, um número maior do que o registado no mesmo trimestre de 2022 (22.628 novos contratos), “representando um aumento da atividade de arrendamento de 4,5%”, conclui o INE no boletim publicado esta quinta-feira, dia 28 de março.

Contas feitas, a renda mediana destes contratos atingiu os 7,71 euros /m2 no quarto trimestre de 2023, o preço mais elevado dos últimos quatro anos. Este valor que representa um aumento de 11,6% em relação ao período homólogo, sendo também "esta variação a mais elevada desde o primeiro trimestre de 2020”, destaca o gabinete de estatística português. “Relativamente ao trimestre anterior, a renda mediana do quarto trimestre de 2023 aumentou 6,6%”, indica ainda.

Casas arrendadas: onde houve maior crescimento de contratos?

Houve mais famílias a fechar contratos de arrendamento em Portugal no final de 2023. Mas esta não é uma realidade homogénea em todo o país, já em seis das 26 sub-regiões do país registaram decréscimos homólogos no número de novos contratos de arrendamento. O caso mais grave foi registado no Douro (-13,3%).

A verdade é que na maioria destes territórios continua a observar-se um crescimento do número de contratos de arrendamento assinados. “Com crescimentos acima de 15%, destacaram-se o Oeste (22,8%) e o Baixo Alentejo (15,8%)”, diz o INE. Sem surpresa, a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 41,7% dos novos contratos de arrendamento.

A maioria dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes também apresentaram aumentos no número dos arrendamentos fechados no final do ano passado, com destaque para Barcelos (26%), e Gondomar (15,4%). Por outro lado, o número de novos contratos diminuiu em seis municípios, evidenciando-se a Maia (-13,1%) e o Funchal (-10,3%).

Uma vez mais são os municípios de Lisboa e do Porto que reúnem maior número de contratos de arrendamento. Já em Barcelos e em Vila Nova de Famalicão são os municípios onde foram selados menos documentos.

Onde é que as rendas das casas mais subiram?

Olhando para as sub-regiões do país, o INE conclui que as rendas das casas subiram em todos os territórios em termos homólogos, à exceção da Região Autónoma dos Açores (- 3,2%). “A Região Autónoma da Madeira (23,3%) e Terras de Trás-os-Montes (23,0%) destacaram-se, com as maiores variações homólogas, superiores a 20%”, sublinha.

Também em relação ao trimestre anterior, as casas para arrendar ficaram mais caras em 22 das 26 sub-regiões, com o maior aumento a ser registado nas Terras de Trás-os-Montes (27,8%). De notar ainda que as rendas das casas também aumentaram na Península de Setúbal (6,5%), Área Metropolitana do Porto (4,7%) e na Grande Lisboa (1,0%).

Sem surpresa, as rendas medianas mais elevadas registaram-se na Grande Lisboa (12,54 euros/m2 ), Península de Setúbal (9,65 euros/m2 ), Região Autónoma da Madeira (9,30 euros/m2 ), Algarve (9,09 euros/m2 ) e Área Metropolitana do Porto (8,64 euros/m2 ). Já a renda mais acessível de todas é observada em Trás-os-Montes.

Rendas sobem em todos os concelhos mais populosos do país

Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, salta à vista que todos os concelhos registaram uma subida das rendas das casas entre o final de 2023 face ao período homólogo. Foi o Funchal que registou o maior aumento (23,1%) e Barcelos e Vila Nova de Famalicão o menor (5,2% em ambos).

Além disso, “todos os municípios com mais de 100 mil habitantes da Grande Lisboa e da Península de Setúbal registaram rendas medianas superiores à nacional (7,71 euros/m2), mas taxas de variação homóloga diferenciadas”, sublinha o INE. Em Lisboa, as casas foram arrendadas por 15,51 euros/m2 (em termos medianos), um valor 9,8% superior no final de 2023 face ao período homólogo. Já no Porto, as rendas das casas subiram 15,3% neste período, colocando os preços nos 12,27 euros/m2.

Enquanto em Lisboa e em Cascais (14,55 euros/m2) se encontram as casas mais caras para arrendar, em Guimarães (5,18 euros/m2) e Barcelos (5,26 euros/m2) encontram-se as habitações a preços mais acessíveis no mercado de arrendamento.

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