Porto e Lisboa estão entre os 14 municípios mais populosos que viram os preços das casas a acelerar ritmo de subida, revela INE.
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Preço das casas em Portugal
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A venda de casas em Portugal continuou a cair no arranque de 2024, apesar de o clima económico estar mais estável, a inflação estar a descer e os juros do crédito habitação também. Este arrefecimento da procura de casa tem efeito sobre o custo da habitação, provocando uma desaceleração na subida dos preços. É isso mesmo que mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira divulgados: o preço das casas vendidas no país voltou a abrandar no início deste ano, tendo subido apenas 5% face ao período homólogo. Mas este não é um cenário visível em todo o país, já que o preço das casas acelerou em 14 dos 24 municípios mais populosos.

No primeiro trimestre de 2024, o preço mediano das casas vendidas em Portugal foi de 1.644 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo subido 5% face ao mesmo período do ano passado. Mas este crescimento homólogo foi menor face ao registado no final de 2023, que se situou em 7,9%, revelam os dados do INE divulgados esta terça-feira, dia 16 de julho.

Esta desaceleração da subida dos preços das casas em Portugal – que se traduz num abrandamento de 2,9 pontos percentuais (p.p.) - foi mais expressiva do que a observada anteriormente. Isto porque, no final de 2023, os preços das casas subiram 7,9%, menos 2,1 p.p. face à variação homóloga registada no verão do ano passado (10%).

Comprar casa: preços aceleram em 14 municípios populosos

O crescimento dos preços das casas não está a perder ritmo em todo o território nacional. O INE destaca que, no primeiro trimestre de 2024, os “preços da habitação aceleram em 14 dos 24 municípios mais populosos”- Porto e Lisboa inclusive.

Foi o Funchal que teve a evolução mais expressiva: os preços subiram 18,2% no início do ano, mais 17,6 p.p. face à variação homóloga registada no trimestre anterior. Também Coimbra e Matosinhos registaram uma aceleração expressiva na subida dos preços (de 11 p.p. e 8,7 p.p., respetivamente).

Por outro lado, observou-se uma desaceleração dos preços da habitação em 10 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (menos oito municípios face aos registado no quarto trimestre de 2023). Os maiores abrandamentos na subida de preços foram observados em Loures (-13,9 p.p.), Maia (-13,2 p.p.), Cascais (-11,8 p.p.) e Braga (-10,1 p.p.).

Embora a evolução do custo das casas vendidas ocorra a diferentes ritmos, o que salta à vista é que quase todos os municípios populosos do país viram as casas a ficar mais caras no último ano. Matosinhos (20,4%), Funchal (18,2%) e Vila Nova de Gaia (16,8%) registaram os maiores aumentos dos preços das casas entre o início de 2024 e o mesmo período do ano passado. “Loures foi o único município a registar um decréscimo no preço mediano da habitação face ao trimestre homólogo, de 5,2%”, destaca o instituto.

Sem surpresa, os municípios de Lisboa (4.190 euros/m2), Cascais (3.881 euros/m2), Oeiras (3.281 euros/m2), Porto (2.941 euros/m2) e Funchal (2.640 euros/m2) destacaram-se por apresentarem os preços medianos de habitação mais elevados entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. Já Guimarães (1.211 euros/m2) e Santa Maria da Feira (1.228 euros/m2) registaram os preços das casas mais baixos.

Casas estão mais caras em 19 sub-regiões

“O preço mediano da habitação aumentou, em relação ao período homólogo de 2023, em 19 das 26 sub-regiões, destacando-se o Baixo Alentejo com o maior crescimento (28,5%)”, lê-se no boletim. Também na Grande Lisboa (4,3%) e na Área Metropolitana do Porto (6,9%) o custo da habitação aumentou neste período.

Por outro lado, verificou-se que o preço das casas desceu em 6 sub-regiões e manteve-se estável numa (na Beira Baixa). As casas ficaram mais baratas entre o início de 2024 e o mesmo período do ano passado nas Beiras e Serra da Estrela, Douro, Alto Alentejo, Região de Leiria, Terras de Trás-os-Montes e em Visão Dão Lafões.

“No período em análise, as sub-regiões da Grande Lisboa (2.795 euros/m2), Algarve (2.666 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.046 euros/m2), Península de Setúbal (1.987 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.847 euros/m2) registaram preços da habitação superiores aos do país” e os mais elevados de todos, destaca o INE. Tal como em trimestres anteriores, o Alto Alentejo apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (504 euros/m2).

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