
Foram muitos os construtores, proprietários e investidores imobiliários que apoiaram a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Mas um dia depois da sua vitória eleitoral a 5 de novembro, as ações imobiliárias caíram no país. Esta reação do mercado acionista prende-se com as preocupações de economistas e corretores da bolsa à sua política protecionista, que pode reduzir a mão de obra na construção e aumentar a inflação no país.
No dia seguinte ao regresso de Trump à Casa Branca, os investidores viram as ações imobiliárias a cair 2,6%, colocando o setor imobiliário com o pior desempenho do S&P 500. Por exemplo, as ações da maior construtora de casas dos EUA, a DR Horton, caíram 3,8%. E as ações do CBRE Group, empresa de serviços imobiliários comerciais caíram 4%, começa por escrever a Bloomberg.
Embora Donald Trump – que muito investiu no mundo imobiliário enquanto empresário – tenha sido apoiado por construtores e investidores no setor, vários economistas e corretores da bolsa não esconderam as suas preocupações quanto aos efeitos no imobiliário que as suas políticas podem vir a ter. Por um lado, a deportação de imigrantes em massa pode reduzir a mão de obra na construção, que muito depende da força de trabalho estrangeira. E, por outro, as tarifas que pretende implementar aos produtos importados da China e outros países, podem gerar um aumento da inflação e atrasar os cortes dos juros por parte da Reserva Federal.
Mas também há quem acredita que as políticas de Trump podem ter efeitos positivos no imobiliário e na construção dos EUA. Os construtores acreditam que o novo presidente dos EUA, que tomará posse em 2025, vai apostar em cortes dos impostos e no alívio da regulamentação neste setor, pontos que encarecem – e muito – os custos de construção e da compra de casas no país, na ordem dos 40% e 24%, respetivamente, refere o mesmo meio apoiando-se num estudo do National Multifamily Housing Council. Talvez por isso é que muitas ações imobiliárias e de construção já começaram a recuperar no início desta semana. E a confiança dos construtores de casas atingiu um máximo de sete meses em novembro.
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