Construção sustentável e edifícios verdes em Portugal

Nos dias que correm, o respeito e cuidado com o meio ambiente são fatores determinantes para o bom desenvolvimento de qualquer tipo de projeto. Uma vez que o setor da construção civil tem uma grande responsabilidade no que toca ao impacto ambiental, pois os edifícios são responsáveis por grande parte das emissões de carbono e consomem bastante energia, importa, agora mais do que nunca, torná-los sustentáveis.

Com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica, começam agora a tornar-se cada vez mais comum a construção de edifícios verdes. Estas construções minimizam o consumo de água e o consumo energético, combatendo as alterações climáticas.

Edifícios verdes: o que são?

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Estes edifícios amigos do ambiente caracterizam-se pelo uso eficiente de recursos, incorporando materiais sustentáveis na sua construção, de modo a reduzir o impacto ambiental.

Projetados para garantir durabilidade, conforto e eficiência energética, os edifícios verdes conjugam soluções ecológicas e um design moderno, cativando os apaixonados pela arquitetura e contribuindo para a qualidade de vida e conservação dos recursos naturais do nosso planeta.

Sendo cada vez mais valorizados no mercado imobiliário, estes edifícios têm um papel preponderante na agenda de combate às mudanças climáticas e, além disso, dada a sua eficiência energética, garantem uma acentuada economia a longo prazo.

Vantagens dos edifícios verdes e o seu peso no urbanismo sustentável

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A construção deste tipo de edifícios acarreta bastantes vantagens, mas todas elas derivam da sua principal particularidade: a eficiência energética. Esta importante característica é a peça-chave para todos os benefícios que se seguem. Vamos ver quais são.

• Redução dos gases de efeito de estufa: um imóvel energeticamente eficiente não necessita de tanta energia gasta, o que diminui a dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, minimiza as alterações climáticas.
• Conforto térmico: o isolamento adequado e os equipamentos modernos de arrefecimento e aquecimento, que usam fontes de energias renováveis, contribuem para o conforto térmico no imóvel.
• Valorização do imóvel: o mercado imobiliário tem vindo a ser influenciado pela eficiência energética na construção, com os compradores a valorizarem muito este aspeto. Por esse motivo, um imóvel eficiente energeticamente consegue obter um maior valor de mercado.
• Redução de custos mensais: uma vez que a eficiência energética se traduz num menor consumo de energia, isto significa uma redução significativa dos gastos a este nível a longo prazo para os residentes dos edifícios verdes.

Todas estas vantagens podem ser refletidas nos chamados ecobairros, que são projetos que têm como objetivo diminuir o impacto no meio ambiente e promover a mudança nos hábitos de vida dos residentes para hábitos mais sustentáveis.

Características da construção sustentável

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Há aspetos que a construção deve respeitar para ser considerada sustentável e merecer a certificação LEED, que é o sistema de avaliação da sustentabilidade dos edifícios. Vamos explorar alguns desses aspetos de modo a perceberes melhor do que se trata.

Materiais sustentáveis

São materiais certificados, de baixo impacto ambiental, recicláveis e de fontes renováveis. 

• Madeira proveniente de florestas controladas: cada vez que se corta uma árvore numa floresta, ela é substituída por outra, ou seja, a floresta está em constante renovação.
• Concreto reciclado: este material é produzido com entulho de demolições e utiliza-se para várias finalidades, entre elas para pavimentos.
• Plástico reciclado: proveniente de embalagens plásticas e garrafas PET, este plástico pode ser transformado em revestimentos, telhas e, até mesmo, em tubagens.
• Cortiça: é um material que, na sua maioria, provém do nosso país, através da extração dos sobreiros. A cortiça é muito usada em revestimentos e pavimentos, funcionando também como isolante acústico e térmico.
• Blocos de cânhamo: as suas propriedades isolantes contribuem para a redução do uso de energia para arrefecimento ou aquecimento das casas.

Materiais nacionais

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A utilização de materiais portugueses na construção civil significa muito mais do que apenas a promoção da economia local. Ao não importar materiais do estrangeiro, estamos a reduzir as emissões de carbono provenientes do seu transporte.

Este é mais um fator relevante que caracteriza a construção sustentável e os novos edifícios verdes.

Utilização eficiente e aproveitamento das águas

A redução do uso de água durante a construção destes edifícios reduz a pegada hídrica dos mesmos. Além disso, podem ser adotadas alternativas para a reutilização das águas da chuva e implementarem-se chuveiros economizadores e torneiras de baixo fluxo, por exemplo.

Estes aspetos, muitos utilizados na construção verde, são instrumentos de controlo da eficiência hídrica. 

Controlo da eficiência energética

Como já falámos anteriormente, a eficiência energética é um fator determinante num edifício verde, uma vez que contribui para baixar o consumo de energias não renováveis, como é o caso da eletricidade, para fins de aquecimento e arrefecimento.

Para assegurar uma eficiência energética adequada e um bom isolamento térmico num projeto sustentável importa maximizar o uso de energias renováveis e limpas, como, por exemplo, a eólica e a solar.

Localização sustentável

Deixámos para último, mas não significa que é menos importante, o fator da localização. Para um edifício ser construído num local considerado sustentável, convém que tenha assegurado alguns atributos.

O local não deve ser ambientalmente sensível, deve estar próximo a áreas verdes de modo a promover o contacto com a natureza, mas deve estar igualmente próximo dos serviços básicos ao dia a dia da população. Importa também que seja bem servido de transportes públicos para reduzir a necessidade de utilização de veículo próprio.