
A venda de casas em Portugal reanimou na segunda metade de 2024, perante a descida dos juros e novos incentivos fiscais, como a isenção do IMT para jovens. E, como a oferta não aumentou ao mesmo ritmo, os preços das casas voltaram a acelerar. É isso mesmo que revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira: o preço mediano da habitação subiu 10,8% no terceiro trimestre de 2024, sendo este o maior aumento registado em dois anos. Também foi sentida uma aceleração do custo da habitação em 13 dos 24 municípios mais populosos do nosso país.
No verão de 2024, o preço mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal foi 1.819 euros por metro quadrado (euros/m2), representando um aumento de 10,8% relativamente ao trimestre homólogo, “sendo esta a variação mais elevada desde o 3.º trimestre de 2022”, revela o INE no boletim estatístico publicado esta quinta-feira, dia 30 de janeiro. Face ao trimestre anterior, os preços das casas subiram 4,8%.
Tanto os portugueses como os estrangeiros estão a pagar mais por cada metro quadrado da habitação. Mas os mesmos dados revelam que a subida do preço das casas foi mais expressiva no caso dos compradores com domicílio fiscal em território nacional (+12%), do que para os estrangeiros (+5,1%) – isto apesar destes últimos comprarem casas bem mais caras (2.415 euros/m2) do que quem vive no nosso país (1.794 euros/m2).
E são as famílias que têm vindo a comprar casas mais caras (1.835 euros/m2) do que os compradores pertencentes aos restantes setores institucionais (1.674 euros/m2), tendo também apresentado um maior acréscimo homólogo nos preços (+11,3% contra 6,1%, respetivamente).
Preço da habitação acelera em 13 dos 24 municípios populosos
Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, verificou-se que ocorreu uma aceleração dos preços da habitação em 13 concelhos. Foi o município da Maia que apresentou o maior acréscimo, de 13,8 pontos percentuais (p.p.), seguido por Loures (+12 p.p.).
Por outro lado, “as maiores diminuições na taxa de variação homóloga ocorreram no Porto (-10,7 p.p.) e em Matosinhos (-10,3 p.p.)”, destaca o INE, indicando que o município de Lisboa registou um acréscimo de 1,9 p.p.
A maioria dos concelhos mais populosos do país registou uma subida homóloga dos preços das casas vendidas, com a Maia em primeiro (+22%), seguida de Barcelos (+21%) e Vila Nova de Gaia (+14,1%). Foram ainda registadas três quedas do custo da habitação – em Matosinhos, Coimbra e no Porto – e uma estabilização (em Cascais).
Os municípios de Lisboa (4.336 euros/m2), Cascais (4.052 euros/m2), Oeiras (3.576 euros/m2) e Porto (2.960 euros/m2) apresentaram os preços da habitação mais elevados de todos. Enquanto Santa Maria da Feira tem o menor (1.379 euros/m2).
A nível regional, verificou-se que o preço das casas subiu em 22 das 26 sub-regiões no verão de 2024, destacando-se a sub-região Alto Alentejo com o maior crescimento homólogo (+26,3%). Já a sub-região Terras de Trás-os-Montes registou a maior diminuição dos preços da habitação (-8,0%).
A Grande Lisboa (3.032 euros/m2), Algarve (2.746 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.327 euros/m2), Península de Setúbal (2 159 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (2.043 euros/m2) e Alentejo Litoral (1.822 euros/m2) registaram os maiores preços da habitação. No fundo da tabela, está a sub-região Beiras e Serra da Estrela que tem o menor preço (554 euros/m2).
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