
A redução dos juros no crédito habitação a par da isenção do IMT para jovens estão a incentivar a compra de casas em Portugal. É isso que mostram os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE): no verão de 2024 foram vendidas um total de 40.909 habitações, mais 19,4% face há um ano. E esta dinâmica deu ainda mais gás à subida dos preços das casas, tendo registado um aumento anual de 9,8%, o maior em dois anos.
“Entre julho e setembro de 2024, foram transacionadas 40.909 habitações, o que representa um aumento de 19,4% face a idêntico período do ano anterior (variação de 10,4% no 2º trimestre de 2024)”, revela o INE no boletim estatístico esta segunda-feira publicado (dia 23 de dezembro). Esta maior venda de casas em Portugal também se traduziu na movimentação de mais capital no terceiro trimestre: um total de 9,1 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 28% relativamente ao mesmo período de 2023.
A grande maioria destas casas (86,7% do total) foram compradas por famílias, sendo esta “a percentagem mais elevada” desde o verão de 2022. E foram precisamente os compradores residentes em Portugal os principais responsáveis por este aumento do número de casas vendidas no país (93,5% do total), revelam os mesmos dados:
- Compradores com domicílio fiscal no Território Nacional: compraram 38.254 casas, mais 21,4% face ao período homólogo.
- Compradores residentes na União Europeia (UE): adquiriram 1.376 unidades, mais 2%;
- Compradores residentes noutros países fora da UE: protagonizaram 1.279 transações de casas, menos 8,1% face há um ano.
Contas feitas, isto significa que houve menos venda de casas a estrangeiros no verão, tendo sido contabilizadas apenas 2.655 vendas, uma redução de 3,1% face ao mesmo período do ano anterior. O fim dos vistos gold para investimento imobiliário e do antigo regime de Residentes Não Habituais (RNH) poderá ajudar a explicar estes números.
Preço das casas acelera para 9,8% - casas usadas têm subida ainda maior
Como seria de esperar, esta maior atividade de compra de habitação acabou por acelerar a subida dos preços das casas. “No terceiro trimestre de 2024, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) registou uma taxa de variação homóloga de 9,8%, 2,0 pontos percentuais acima do registo do trimestre anterior, traduzindo-se no aumento de preços mais expressivo observado desde o quarto trimestre de 2022”, destaca o instituto.
Foram as casas usadas que registaram o maior aumento dos preços, tendo sido também este tipo de habitação o mais adquirido neste período (à semelhança do que se tem observado nos últimos anos por falta de construção nova):
- Casas usadas: preços subiram 10,5% (mais 2,2 p.p. face ao trimestre anterior). Cerca de 79,0% do total das transações respeitaram a habitações existentes, correspondendo a uma taxa de variação homóloga de 21,3%;
- Casas novas: o aumento dos preços foi 8,1% (6,6% no segundo trimestre de 2024). Nas habitações novas, o aumento do número de transações foi de 13,0%, perfazendo 8.602 unidades.
Do montante total transacionado, a grande maioria diz respeito à compra de casas usadas (6,5 mil milhões de euros), tendo aumentado 30,7% num ano. E cerca de 2,6 mil milhões de euros correspondem a casas novas, registando uma subida homóloga de 21,6%.
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