
Contratar um crédito habitação não é tarefa fácil, uma vez que envolve muita papelada, burocracias e tempo a ver ofertas. Mas o processo fica bem mais fácil quando é orientado por intermediários de crédito. Talvez por isso é que 56% dos contratos de crédito habitação e hipotecário celebrados em 2024 tiveram a mão destes profissionais, segundo revela o Banco de Portugal.
Durante 2024, houve um aumento de 26,6% no número de novos contratos de crédito habitação para 125.360. E também o montante concedido subiu 32% num ano para 17,9 mil milhões de euros, tal como indica o Banco de Portugal (BdP) no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito.
Além disso, no mesmo ano foram celebrados 35.520 novos contratos de crédito com garantia hipotecária que não tinham finalidade habitação (mais 44,2% face a 2023), aos quais correspondeu um montante de crédito concedido de 2,1 mil milhões de euros (mais 58,4%). O aumento destas hipotecas é explicado, sobretudo, por “transferências de outros créditos hipotecários entre instituições, com reforço dos montantes de crédito nos processos de transferência”, explica o BdP no documento publicado esta quarta-feira, dia 2 de julho.
“A evolução do número de contratos e do montante concedido de crédito à habitação e hipotecário ocorreu num contexto caracterizado por um peso significativo dos intermediários de crédito no processo de comercialização destes tipos de contratos”, comenta o regulador liderado por Mário Centeno.
Mais: “A intervenção dos intermediários de crédito teve um papel relevante na comercialização de crédito à habitação e hipotecário, estando associada a cerca de 56% dos contratos celebrados e a 57% do montante de crédito concedido, segundo os dados reportados pelas instituições de crédito ao Banco de Portugal”, lê-se ainda na publicação.
Importa relembrar que a maioria dos intermediários de crédito habitação são vinculados a uma ou várias instituições bancárias, uma atividade que acaba por ser remunerada pela banca, tal como explicamos aqui.

Intermediários voltam a ganhar peso no crédito aos consumidores
A maior parte do crédito aos consumidores continuou a ser concedido diretamente pela banca, sem intervenção externa (50,1%). Mas as instituições bancárias também estão a perder terreno nesta matéria, uma vez que há um ano o seu peso era de 54,8%.
Quem está a ganhar relevo neste mercado são também os intermediários de crédito, que passaram a representar 49,9% do montante de crédito aos consumidores concedido em 2024, um aumento face à proporção em 2023 (45,2%).
“O aumento da importância dos intermediários de crédito a título acessório observou-se de forma generalizada em todos os segmentos de crédito, refletindo-se, em particular, no segmento do crédito pessoal. Não obstante, o segmento de crédito automóvel continua a ser o único onde os intermediários são responsáveis pela concessão da maioria do montante de crédito (83,1% em 2024)”, clarifica o BdP.
De notar que foram selados 1.674.000 contratos de crédito aos consumidores durante 2024, mais 5% face ao ano anterior, totalizando 8,5 mil milhões de euros (+10%).
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta