No centro da investigação que envolve Federica Mogherini estará a compra, pelo Colégio da Europa, de um edifício por 3,2 milhões de euros.
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Fraudes imobiliárias na UE
Federica Mogherini, ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora do Colégio da Europa Getty images

A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora do Colégio da Europa, Federica Mogherini, foi detida esta terça-feira (2 de dezembro de 2025) na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo. No centro da investigação estará a compra, pelo Colégio da Europa, de um edifício no valor de 3,2 milhões de euros em Bruges (Bélgica), que serve de alojamento para diplomatas que frequentam a Academia.

Fonte do processo confirmou à Lusa que Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa desde setembro de 2020, foi uma das três pessoas detidas durante as buscas feitas àquela instituição académica em Bruges e às instalações do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) em Bruxelas.

Federica Mogherini foi alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança entre 2014 e 2019.

O antigo rosto da União Europeia (UE) na diplomacia foi um dos três detidos na sequência de uma investigação por suspeita de fraude na atribuição de financiamento da UE a um projeto para instrução de jovens diplomatas.

De acordo com a Procuradoria Europeia, um dos candidatos terá tido acesso a informação confidencial que o beneficiou, colocando em causa a competição justa do processo.

O ex-secretário-geral do SEAE Stefano Sannino, também é um dos detidos.

Compra de edifício na Bélgica na origem da investigação

Entretanto, segundo o ECO, a investigação, liderada pela Procuradoria Europeia (EPPO) e que conta com a ajuda da polícia federal da Bélgica e do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), teve início na sequência de denúncias de que o SEAE e o Colégio da Europa - prestigiada escola universitária de pós-graduação em estudos europeus - teriam usado indevidamente dinheiro público da UE em 2021 e 2022.

O objetivo das buscas realizadas é apurar se os representantes do Colégio da Europa tinham conhecimento prévio de um concurso público que se destinava a financiar a nova Academia Diplomática da UE (ADUE), um programa de formação anual para diplomatas dos 27 Estados-membros e funcionários das instituições europeias na área das relações externas.

No centro da investigação do EPPO, escreve a publicação, estará a compra (em 2022), pelo Colégio da Europa, de um edifício no valor de 3,2 milhões de euros na Spanjaardstraat, em Bruges, que serve de alojamento para diplomatas que frequentam a Academia. O Colégio da Europa adquiriu o edifício pouco antes de o SEAE lançar um concurso que mais tarde atribuiu à instituição universitária um financiamento de 654.000 euros.

A Procuradoria Europeia desconfia que os representantes do Colégio da Europa tiveram acesso a informações sobre o concurso público que deveriam ter permanecido confidenciais para permitir uma concorrência leal entre as entidades que disputavam a sede da nova Academia.

Quer o Colégio da Europa, quer a nova Academia Diplomática da UE são liderados por Federica Mogherini, que liderou o SEAE enquanto Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança entre 2014 e 2019. É reitora do Colégio desde 2020 e tornou-se diretora da ADUE a partir do seu lançamento em 2022.

*Com Lusa

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