
Os quatro maiores bancos a operar em Portugal – Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta e Novo Banco – têm cerca de 211 mil moratórias de créditos de famílias, nomeadamente à habitação, e empresas, num valor global de 18,9 mil milhões de euros, segundo dados divulgados pelos mesmos no Parlamento. Em causa estão créditos de famílias e empresas cujas prestações mensais estão suspensas, na sequência da pandemia do novo coronavírus. De referir que no caso do crédito à habitação a medida está em vigor até setembro deste ano.
Os dados foram divulgados em audições nas Comissões de Orçamento e Finanças e de Economia, que se realizaram esta semana na Assembleia da República, escreve o Diário de Notícias.
Segundo a publicação, que se apoia nos dados divulgados pelos bancos, o BCP foi o que mais moratórias concedeu: 80 mil, num valor de 4,5 mil milhões de euros. Segundo Miguel Maya, presidente da entidade, o banco tem 25 mil moratórias de empresas, no valor de 2,2 mil milhões de euros, a que acrescem 55 mil moratórias de particulares, no montante de 2,3 mil milhões, no âmbito das moratórias do Estado e da Associação Portuguesa de Bancos.
Segue-se o Santander Totta, com 70 mil moratórias, que regista, no entanto, o montante global mais elevado: 7,5 mil milhões de euros. Já o Novo Banco regista 31 mil moratórias, no montante de 4,5 mil milhões. A CGD, por seu turno, tem cerca de 30 mil moratórias, no valor de 2,4 mil milhões de euros. Segundo Paulo Macedo, presidente executivo do banco estatal, as famílias são responsáveis por 20 mil moratórias, no montante de 1,4 mil milhões de euros.
De referir que estes dados não incluem as moratórias voluntárias de que os clientes bancários possam estar a beneficiar, nos casos em que as situações não se inserem nas moratórias legais, decididas pelo Governo.
Adiamento à vista
Os banqueiros antecipam que vai haver uma renovação das moratórias legais para ser prolongado o período de vigência da suspensão de prestações de créditos.
Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander, salientou que se daqui a seis meses não existirem sinais de que a economia está a recuperar, “terá de haver uma nova moratória”. Uma hipótese também lançada por Paulo Macedo: “Estamos disponíveis para uma moratória adicional aos seis meses”.
Desde o final de março que está em vigor a lei que permite as moratórias, ou a suspensão dos pagamentos das prestações de créditos à habitação e créditos de empresas. Os bancos alargaram entretanto as moratórias a contratos de crédito pessoal e automóvel.
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