Despejos

o ministério da agricultura, mar, ambiente e ordenamento do território apresenta até ao final do mês propostas para dinamizar o mercado de arrendamento e facilitar o despejo de inquilinos em incumprimento.

até ao final de setembro, o governo vai ter de se desdobrar para conseguir aplicar um total de 80 medidas exigidas pela "troika". nas contas do jornal i, será preciso aplicar duas medidas e meia por dia para conseguir chegar ao fim desta maratona de austeridade e contenção sem nenhuma "baixa".

o memorando de entendimento entre o governo e a "troika" prevê que os inquilinos devedores possam ser despejados de forma mais célere, uma medida que permitirá fomentar a reabilitação urbana.

os processos de despejos vão ter carácter de urgência e serão prioritários na justiça. segundo o jornal de negócios (jdn), os agentes de execução vão privilegiar os referidos processos que têm em mãos e que chegam a demorar três anos a ser resolvidos.

existem em portugal 30 mil inquilinos com rendas médias mensais superiores a 400 euros que deixaram de pagar 172 milhões de euros em rendas. isto num universo de 740.425 inquilinos, seis vezes menos que o número de proprietários.

o mercado de arrendamento vai sofrer algumas alterações nos próximos tempos. o governo liderado por pedro passos coelho vai actualizar o valor das rendas antigas e acelerar os processos de despejo dos inquilinos que não paguem a respectiva renda.

as casas em portugal estão subavaliadas. a garantia foi dada pelo banco central europeu (bce), que revelou que são praticados preços muito baixos na habitação no país. na mesma situação estão alemanha e áustria.

a futura lei vai permitir aos senhorios pôr termo aos contratos de arrendamento se fizerem obras que afectem a estrutura e estabilidade. hoje basta que um inquilino se recuse a sair, para inviabilizar completamente uma obra.

durante anos o perfil de quem batia à porta das câmaras municipais a pedir uma habitação social não variou. eram famílias pobres e muito pobres, a viver em barracas, em bairros clandestinos.

o número de processos de despejo pendentes nos tribunais supera os 4.700 e tem-se mantido constante nos últimos anos, confirmando a incapacidade da justiça para diminuir a diferença entre os processos novos e os findos, afirma o jornal de negócios (jdn).

socialistas e sociais democratas já apresentaram as respectivas linhas orientadoras dos seus programas eleitorais. o sector imobiliário não foi esquecido, e ambos os partidos prometem medidas inovadoras que farão, no seu entender, mexer o mercado e dinamizar sectores como o do arrendamento e da

os notários querem poder fazer despejos por falta de pagamento da renda, revela o correio da manhã (cm).

tal como previa o pec iv, os despejos vão passar a realizar-se após três meses de incumprimento no pagamento das respectivas rendas, em vez dos actuais 18 meses.

o ps propõe, no seu programa eleitoral apresentado ontem, a criação de uma nova taxa autónoma de 21,5%, em sede de irs, para os rendimentos de arrendamentos.

as alterações previstas pelo governo no pec iv relativas ao mercado de arrendamento e à reabilitação urbana deverão fazer parte das reformas estruturais que sairão das negociações entre portugal, o fundo monetário internacional (fmi) e a união europeia (ue).

a crise não tem fim à vista e o mercado imobiliário é dos que mais se ressente e reclama medidas urgentes. a queda do governo atrasou a entrada em vigor das novas medidas para dinamizar o arrendamento, e a falta de acesso ao crédito travou a compra e venda de casas.

a crise política que se instalou em portugal, com o chumbo do pec4 e consequente demissão do primeiro-ministro josé sócrates, está a atrasar algumas medidas lançadas pelo executivo que visavam dinamizar a reabilitação urbana e o mercado de arrendamento.

o conselho de ministros aprovou, dia 24 de março, um diploma que "simplifica os regimes de acesso e exercício das actividades de construção, mediação e angariação imobiliária".

existem em lisboa 11.756 edifícios a necessitar de intervenção urgente, por se encontrarem em condições precárias de conservação. deste total, 7.085 estão em mau estado ou em ruínas e 4.681 estão devolutos.

reis campos, presidente da confederação portuguesa da construção e do imobiliário (cpci) e da associação dos industriais da construção civil e obras públicas (aiccop), não tem dúvidas ao afirmar que o investimento na reabilitação urbana é "um dos mais eficazes" instrumentos de combate à crise económ

o governo tem vindo a anunciar novas medidas que permitirão alterar a lei do arrendamento e tornar o despejo mais célere.

existem actualmente 30 mil inquilinos que não cumprem com o pagamento da renda de casa.

o estado vai ajudar os inquilinos que teriam de ser despejados após os três meses de não pagamento de rendas.