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Crédito à habitação: bancos mais disponíveis, mas jovens viram-se para o arrendamento

O mercado de arrendamento está a ganhar adeptos em Portugal, mas ainda há muitas pessoas que preferem comprar casa em vez de arrendar. Os bancos, por seu turno, fecharam a torneira do crédito à habitação com a crise, mas mostram-se agora mais disponíveis para financiar a aquisição de imóveis. O problema é que os jovens parecem estar renitentes em pedir dinheiro emprestado ao banco, receando, por exemplo, ficarem desempregados. 

Depois de estarem a praticar spreads bastante elevados, os bancos começam agora a reduzir os mesmos. O Banco BIC, por exemplo, lançou recentemente uma campanha televisiva direcionada para a compra de habitação. Segundo o Público, a mesma visa atrair um público jovem e o crédito à habitação tem um spread base de 3%.

As principais instituições financeiras têm vindo a baixar os respetivos spreads. O BCP, por exemplo, voltou a descer os spreads em maio. Depois de ter baixado o limite mínimo em fevereiro – de 3,75% para 3,5% –, o BCP voltou agora a cortar o preço que cobra no financiamento à habitação: reviu o spread mínimo para 3% enquanto o limite máximo desceu de 5,5% para 5,25%, escreve o Diário Económico. 

Esta é uma tendência que Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), considera que vai ganhar força nos próximos tempos. “Nunca mais vai acontecer o que acontecia há uns anos de emprestar 100%, 110% ou 120% do valor dos imóveis. Mas dentro de um ou dois anos, se houver recuperação da economia, vamos voltar a ter spreads de 1%”, disse recentemente, em entrevista ao Jornal de Negócios.

Uma opinião partilhada por Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, revista especializada no setor. Segundo o responsável, os jovens, que continuarão a ser o público-alvo das campanhas de crédito à habitação, começam a não ver com bons olhos o financiamento bancário para a compra de casa. “A perceção do risco face ao emprego afasta os jovens do projeto de comprar casa. A geração pós-25 de abril revela um certo desapego em relação à propriedade. Hoje existe um mercado de arrendamento”, referiu, citado pelo Público.

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