A prestação da casa vai voltar a baixar – ligeiramente – para quem tem revisão do contrato em julho. Isto apesar de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), começar a dar sinais de que a política monetária poderá começar a ser reavaliada em breve, abrindo a porta ao fim dos estímulos que colocaram as taxas de juro em terreno negativo.
Segundo as contas do ECO, as taxas Euribor, as mais usadas em Portugal para efeitos de crédito à habitação, continua a descer. E quem tem um crédito indexado à taxa a três meses vai sentir uma redução de 0,01% (quatro cêntimos) no valor a pagar ao banco. Nos créditos com taxa a seis meses a prestação desce 0,69% (2,15 euros) e com a de 12 meses cai 1,7% (5,46 euros). Isto mediante um cenário que contempla um financiamento de 100.000 euros, a 30 anos, e com um spread de 1%.
Uma redução, embora que ligeira, que acontece numa altura em que começa a crescer a expetativa de que o BCE pode começar a repensar a política monetária que tem seguido para a Zona Euro. Mario Draghi usou o palco de Sintra, onde se realizou o Fórum do BCE, para abrir a porta a essa inversão, escreve a publicação.
Ainda assim, e mesmo num cenário de inversão da política monetária, os juros tenderão a subir de forma moderada – é esse o sinal que tem sido deixado por Mario Draghi –, pelo que o impacto nos encargos das famílias deverá acontecer gradualmente, dando tempo para que os orçamentos familiares sejam ajustados.
Já há, no entanto, sinais de alerta para os bancos. “Os bancos portugueses permanecem expostos à evolução das taxas de juro de referência, na medida em que as suas carteiras de crédito continuam a apresentar um peso significativo de empréstimos concedidos com taxas de juro indexadas [as Euribor] e caracterizados por maturidades longas”, diz o Banco de Portugal (BdP).
Um alerta que surge numa altura em que os bancos voltaram a estar mais disponíveis para emprestar dinheiro para a compra de casa. E, ao mesmo tempo, os spreads estão a descer – a maioria dos bancos pratica taxas mínimas em torno de 1,5%.
Em abril, foram concedidos 536 milhões de euros em crédito à habitação, um valor abaixo dos 760 milhões que se tinham verificado em março, o valor mais elevado desde o início da crise, no final de 2010.
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