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Transferência dos empréstimos da casa gera 20% do negócio do Bankinter
Bankinter

O banco espanhol Bankinter começou a operar em Portugal em 2016, através da compra da rede do Barclays, e em 2018 já tinha uma quota de mercado de crédito à habitação de cerca de 5,7%. Boa parte deste negócio, cerca de 20%, surge através da transferência de empréstimos, ou seja, de consumidores que trocam de banco pelo Bankinter, revela ao idealista/news Vítor Pereira, membro da comissão executiva do Bankinter. 

“O negócio do crédito à habitação não se esgota na compra da casa e no financiamento, também é um negócio de quem já tem o seu crédito. Nós desde o primeiro momento que olhamos para essa realidade, e quisemos integrar na nossa oferta o que chamamos oferta transferências, em que suportamos integralmente os custos com a transferência do crédito”, começa por dizer o responsável, salientando que “cerca de 20%” dos financiamentos para a compra de casa surgem por esta via. 

"A decisão de mudar um crédito à habitação é tão ou mais importante que a decisão de contratar um crédito à habitação"

“A decisão de mudar um crédito à habitação é tão ou mais importante que a decisão de contratar um crédito à habitação. Os racionais são os mesmos, é uma decisão estruturante do ponto de vista financeiro, e naturalmente o consumidor procura, e bem, quais são as melhores condições”, acrescenta.

Recomendações do BdP sem impacto

Segundo Vítor Pereira, as recomendações feitas no ano passado pelo Banco de Portugal (BdP) relativas à concessão de crédito à habitação não tiveram “qualquer impacto” para o banco, apesar de serem “muito bem vindas”, para “clarificar um conjunto de boas práticas”. “As dimensões que estão previstas nessa recomendação já estavam incorporadas na nossa oferta e na nossa política de risco”, diz. 

Quando questionado sobre o perfil de clientes do banco, o responsável revela que mais de metade da população que procura o crédito à habitação tem entre 35 e 45 anos, sendo que “dois terços destes clientes são clientes de formação académica superior, com um nível de rendimento superior à media nacional”. “É importante dizer que temos uma oferta abrangente, com isto não quero dizer que não servimos um cliente de 25 anos, tudo depende naturalmente de um conjunto de indicadores de risco que objetivamente são analisados”, explica. 

Carteira de crédito malparado quase nula

Sobre a dimensão do crédito malparado, o membro da comissão executiva do Bankinter recorda que a mesma “foi herdada do negócio que era detido pelo Barclays” e que “segue o seu processo normal de colocação no mercado”. 

“Já temos uma carteira de novo crédito à habitação, construída desde a nossa chegada ao mercado, que é extraordinariamente resiliente, fruto do nosso perfil de cliente. O valor médio do crédito à habitação que concedemos é cerca de 50% superior ao valor médio do mercado, precisamente porque a nossa estratégia privilegia o cliente que tem maior capacidade de aportar capitais próprios para a operação e com um nível de rendimentos também adequado ao investimento que está a fazer. Desse ponto de vista temos uma carteira perfeitamente saudável”, conclui.

O Bankinter Portugal fechou o primeiro trimestre do ano com um resultado líquido antes de impostos de 22 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 16% face ao mesmo período do ano anterior, que a instituição considera um "forte crescimento".

A suportar esta evolução, o banco destaca o aumento de 12% que verificou tanto no crédito como nos recursos captados, alcançando 5.600 e 4.300 milhões de euros em cada uma destas rubricas, respetivamente.

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