Christine Lagarde confirmou que a entidade monetária começará a aumentar as taxas de juro em julho.
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Christine Lagarde
Christine Lagarde, presidente do BCE, pretende combater inflação com estas medidas. wikimedia_commons
Lusa

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, confirmou que a entidade monetária começará a aumentar as taxas de juro em julho e que a zona euro sairá das taxas de juro negativas até ao final do terceiro trimestre. Esta decisão visa travar a subida generalizada da inflação e vai ter efeitos no valor a pagar ao banco pela prestação da casa, de quem tenha um crédito habitação.

Lagarde disse num ‘post’ de blogue, publicado hoje no ‘site’ do BCE, que espera que a compra da dívida "termine no início do terceiro trimestre".

"Isto permitiria uma subida das taxas de juro na nossa reunião de julho, de acordo com a nossa orientação", acrescentou Lagarde.

A presidente do BCE assinalou esta segunda-feira, dia 23 de maio de 2022, que uma saída da era das taxas de juro negativas poderia ocorrer "até ao final do terceiro trimestre", uma vez que a subida da inflação obriga a instituição a reagir.

"Com base nas perspetivas atuais, poderemos provavelmente sair das taxas de juro negativas no final do terceiro trimestre", escreveu Lagarde.

O euro, que tem vindo a sofrer há vários meses com o aperto mais rápido da política monetária nos Estados Unidos, aumentou os ganhos hoje de manhã face ao dólar (+0,57% para 1,0624 dólares às 08:45 TMG) após a publicação do BCE.

Mercado pressiona subidas de taxas de juro

A instituição com sede em Frankfurt é conhecida há vários meses pela sua relutância em anunciar um calendário para o aperto das condições de crédito.

No entanto, os comentários de Lagarde estão agora de acordo com as expectativas dos intervenientes no mercado, que contam com várias subidas de taxas no segundo semestre do ano.

A primeira subida deverá ser decidida em julho, afirmou Lagarde, pouco depois do fim das compras de ativos líquidos, o outro instrumento de apoio que já não é significativo num contexto de inflação elevada.

Impulsionada pelos preços da energia e pela escassez de alguns produtos num contexto de uma elevada procura pós-Covid-19, a inflação estabilizou em 7,4%, em termos homólogos, no mês passado na zona euro, um nível ainda muito acima do objetivo de 2% do BCE.

China em sentido contrário da Europa e América do Norte

Durante um período de baixa inflação em 2014, o BCE tinha tornado a sua taxa negativa, colocando uma tensão sobre alguns dos depósitos dos bancos, para os encorajar a emprestar à economia. Recentemente, foi a vez da China adotar uma medida semelhante, e em sentido contrário à zona euro, EUA ou ao Canadá, decidiu baixar os juros do crédito habitação para impulsionar economia. 

A saída da era das taxas negativas diz, portanto, respeito a este instrumento, que se situa atualmente em -0,5% e é uma referência no mercado.

Nas últimas semanas, os "falcões" do Conselho do BCE defenderam um ritmo mais rápido de normalização da política monetária, ultrapassando as "pombas" que querem estimular a economia.

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