Concessão de empréstimos habitação continuou a desacelerar pelo 6º mês consecutivo para 100 mil milhões de euros, aponta BdP.
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Crédito habitação para comprar casa
Foto de Anna Tarazevich no Pexels

As condições para pedir crédito habitação em Portugal estão menos apetecíveis às famílias dada a subida dos juros e do aperto dos critérios de concessão de empréstimos (ainda que ligeiro). Este cenário tem-se refletido, de resto, no montante total concedido em empréstimos habitação, que desceu cerca de 0,3% em janeiro de 2023 face ao mês anterior, fixando-se em 100 mil milhões de euros, destaca o Banco de Portugal (BdP) esta segunda-feira. Já há seis meses consecutivos que a concessão destes empréstimos desacelera em termos anuais.

“No final de janeiro de 2023, o montante total de empréstimos para habitação era de 100 mil milhões de euros, menos 0,2 mil milhões de euros do que no final de dezembro”, aponta o regulador liderado por Mário Centeno. Contas feitas, significa que o valor total no stock de crédito habitação caiu 0,3% entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. Esta foi mesmo a primeira variação mensal negativa registada desde junho de 2021, altura em que este montante caiu para 94,8 mil milhões de euros, depois de ter registado 96,7 mil milhões em maio de 2021.

Já tendo em conta o valor total de créditos habitação registado um ano antes, voltou a observou-se uma desaceleração da variação anual passando de 3,6% em dezembro para 3,1% em janeiro (- 0,5 pontos percentuais). “A concessão destes empréstimos continuou a desacelerar pelo sexto mês consecutivo: a taxa de variação anual passou de 4,8% em julho de 2022 para 3,1% em janeiro de 2023”, destaca ainda o BdP no boletim publicado esta segunda-feir

Importa recordar que o atual contexto não é favorável à concessão de novos empréstimos habitação, o que acaba por interferir no stock total. Isto porque a taxa de juro média dos novos créditos para comprar casa já atingiu 3,24% em dezembro, um valor máximo desde 2014. Além disso, as elevadas taxas de juro agravam as taxas de esforço das famílias, levando a que os bancos reduzam os montantes a que estão autorizados emprestar. A par de tudo isto, estão também os critérios de concessão de novos empréstimos habitação, que estão ligeiramente mais apertados pela banca portuguesa, dada a incerteza do atual contexto macroeconómico.

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