
A Euribor continua a escalar para níveis de 2008, elevando – e muito - os juros nos créditos habitação de taxa variável, que representam a maioria dos contratos em Portugal. O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou isso mesmo: a taxa de juro no conjunto dos contratos de crédito habitação subiu para 2,829% em março, o valor mais elevado desde junho de 2009. Também a prestação média da casa fixou-se em 331 euros em março, constituindo um máximo desde fevereiro de 2009.
Em março, “a taxa de juro implícita no crédito habitação subiu para 2,829%, valor superior em 29,7 pontos base (p.b.) face ao registado no mês anterior e o mais elevado desde junho de 2009”, revela o INE no boletim publicado esta quarta-feira, dia 19 de abril. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi de 3,507%, o que traduz uma subida de 9,8 p.b. face a fevereiro.
Para o destino de financiamento aquisição de habitação, o “mais relevante no conjunto do crédito habitação”, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 2,823% (+29,5 p.b. face a fevereiro). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro para aquisição de habitação subiu 10,5 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 3,501%.
Prestação da casa sobe para 331 euros – máximo desde 2009
Com a subida das taxas de juro mês a após mês, o peso dos juros na prestação da casa tem vindo a aumentar, fazendo subir também o valor total. Tendo em conta totalidade dos contratos, a prestação média da casa fixou-se em 331 euros em março, traduzindo uma subida de 9 euros face a fevereiro e 76 euros (29,8%) comparativamente com março de 2022. Este é mesmo o “valor mais elevado desde fevereiro de 2009”, aponta o INE.
Deste montante da prestação da casa apurado em março em termos médios (331 euros):
- 45% corresponde a pagamento de juros (148 euros);
- 55% a capital amortizado (183 euros)
O INE lembra que, “em março de 2022 [quando os juros ainda estavam abaixo de 1%], a componente de juros representava 16% do valor médio da prestação (255 euros)”.
Já nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação da casa situou-se em 576 euros em março, subindo 7 euros face ao mês anterior.
De notar ainda que, em março, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos de crédito habitação subiu 166 euros face ao mês anterior, fixando-se em 62.699 euros. Já para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 125.170 euros, menos 45 euros que em fevereiro.
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