Ritmo de redução deve avançar “gradualmente e cautelosamente”, declarou membro da Comissão Executiva do BCE.
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Isabel Schnabel BCE
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Lusa
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No dia em que foi conhecido que a inflação na zona euro voltou a baixar, atingindo mínimos de três anos (2,2%) e abrindo a porta a um novo corte nas taxas de juro, Isabel Schnabel, membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE), veio defender que o ritmo de redução das taxas de juro deve avançar “gradualmente e cautelosamente”, não de forma "mecânica".

"O ritmo de flexibilização de políticas não pode ser mecânico, tem de se basear em dados e análises", reiterou, numa conferência na Estónia, nesta sexta-feira, dia 30 de agosto de 2024. Apesar deste alerta para agir com cautela, a responsável do BCE admitiu que os dados recentes sobre a inflação na zona euro "na globalidade confirmaram as perspetivas" de um regresso "ao objetivo de 2% até ao final de 2025".

Um dos principais desafios no processo da desinflação são as pressões sobre os preços no setor dos serviços, mas Isabel Schnabel sublinhou que a estabilidade de preços a médio prazo "não exige que a inflação dos serviços desacelere para 2%", ainda que deva regressar a um nível "consistente com a inflação subjacente de 2% no médio prazo".

A estimativa rápida do Eurostat divulgada esta sexta-feira mostrou que a taxa de inflação anual na zona euro desacelerou para 2,2% em agosto, face à taxa de 2,6% registada em julho.

O Banco Central Europeu decidiu manter as taxas na reunião de julho, depois de ter avançado para um primeiro corte na reunião de junho, existindo agora expectativas dos mercados relativamente a um novo corte dos juros na reunião de setembro.

No entanto, é de salientar que, esta quinta-feira, o presidente do banco central alemão também alertou para que "é necessário ter cautela" e não "cortar as taxas de juro demasiado rápido".

Inflação na zona euro desacelerou para 2,2% em agosto

A taxa de inflação anual na zona euro fixou-se em 2,2% em agosto, de acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat. Este número representa um abrandamento face à taxa de 2,6% registada em julho no conjunto dos países que utilizam o euro.

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"Observando os principais componentes da inflação da área do euro, espera-se que os serviços tenham a maior taxa anual em agosto (4,2%, em comparação com 4,0% em julho), seguidos por alimentos, álcool e tabaco (2,4%, em comparação com 2,3% em julho), bens industriais não energéticos (0,4%, em comparação com 0,7% em julho) e energia (-3,0%, em comparação com 1,2% em julho)", indica o gabinete de estatísticas europeu.

Entre os países do bloco, onde se utiliza o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC) para permitir comparações, Bélgica (4,5%), Estónia (3,4%) e Países Baixos (3,3%) registaram as taxas mais altas.

Portugal registou uma variação do IHPC de 1,8% em agosto, ficando abaixo da média da zona euro.

Lituânia (0,8%) e Letónia (0,9%) foram os Estados-membros com uma taxa de inflação mais baixa neste mês.

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