
Os juros médios nos novos créditos habitação continuam a cair mês após mês, à boleia da descida da Euribor e da contração de taxas mistas mais baratas, tendo recuado para 3,43% em agosto, segundo revelam os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP). E esta descida dos juros parece estar a dar um novo impulso à contratação de novos empréstimos da casa, já que o montante contratado foi de 1.545 milhões de euros em agosto, o valor mais elevado desde março de 2022.
Aa taxas Euribor continuam a cair. E os bancos continuam a oferecer de taxas mistas acessíveis e atrativas às famílias. Estes dois fatores acabam por estar por detrás das quedas contínuas da taxa de juro média dos novos créditos habitação, que desceu para 3,43% em agosto (menos 0,13 pontos percentuais face ao mês anterior), revela o BdP na nota estatística publicada esta quarta-feira, dia 2 de outubro.
Também no caso dos contratos de crédito habitação renegociados, a taxa de juro média caiu para 3,93% (-0,16 p.p.) Assim, a taxa de juro média das novas operações de crédito da casa (que inclui contratos totalmente novos e renegociações) passou de 3,72% em julho para 3,53% em agosto. Esta foi a sexta taxa de juro mais baixa no conjunto de países da área euro, ficando abaixo da média europeia (de 3,69%).
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Montante de novos créditos habitação atinge máximo desde 2022
A verdade é que as recentes descidas dos juros, a par do ganho de poder de compra (por via da desaceleração da inflação) acabam por ser incentivos à aquisição de habitação com financiamento bancário. E para os jovens até os 35 anos há uma vantagem extra: já não pagam IMT, nem Imposto de Selo se comprarem uma casa até 316 mil euros.
Todos estes e outros fatores, em conjunto, podem ajudar a explicar o facto de os novos créditos habitação terem alcançado o montante de 1.545 milhões de euros em agosto, “o valor mais elevado desde março de 2022”, segundo sublinhou o BdP. Trata-se de um aumento em 20% face ao mês anterior e de 47% face a agosto de 2023.
A esmagadora maioria dos novos créditos para habitação própria e permanente (80%) foram mesmo contratados a taxa mista (que fixa os juros num período inicial do empréstimo, seguido de outro período a taxa variável). Trata-se mesmo da maior percentagem de sempre de créditos a taxa mista desde 2021. Embora a Euribor esteja a descer há vários meses, a taxa variável perdeu expressão representando apenas 14% dos créditos em agosto (22% no mês anterior).
Por outro lado, em agosto, as novas renegociações de crédito habitação totalizaram 400 milhões de euros, menos 27% face a julho e menos 50% em relação a agosto de 2023. E também houve menos montante amortizado. “As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram 0,8% do stock de empréstimos em agosto, menos 0,09 p.p. do que no mês anterior), destaca o BdP, dando nota que os reembolsos totais correspondem a 90% dos casos.
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