Prestações da casa descem para novos contratos. Mas montante médio em dívida continua a subir, revela INE.
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Juros nos novos créditos habitação
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Quem está a contratar crédito habitação em Portugal está a pagar juros cada vez mais baixos, seja por via da redução da Euribor, seja pela contratação de taxas mistas mais acessíveis. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que nos novos empréstimos da casa, os juros estão abaixo de 3% pela primeira vez desde o final de 2022. Já para a totalidade dos contratos, as taxas desceram para 3,479% em junho.

Os juros continuam a cair para os empréstimos habitação mais recentes nomeadamente nos contratados entre abril e junho. E esta tendência pode ser explicada pela descida da Euribor e a contratação de taxas mistas mais acessíveis.

“Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 3,057% em maio para 2,951% em junho” (-10,6 pontos base), revela o INE esta segunda-feira, dia 21 de julho. Trata-se mesmo da taxa de juro nos novos créditos habitação mais baixa desde o final de 2022. Face ao máximo atingido em outubro de 2023, esta taxa já acumulou uma descida de 142,9 pontos base (p.b.).

E nos créditos contratados, em concreto, para a compra de casa, os juros estão ligeiramente mais baixos. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro desceu 10,4 p.b. comparativamente com o mês anterior, para 2,948%”, lê-se ainda no boletim.

Esta redução mensal dos juros nos novos créditos habitação refletiu-se na prestação da casa (média), que desceu 11 euros num mês, fixando-se em 630 euros em junho. Mas face há um ano, a prestação aumentou 5,5%. Isto pode ser explicado pelo facto de o capital médio em dívida estar a subir nos novos créditos habitação: em junho foi de 157.350 euros, mais 3.633 euros que em maio. Ou seja, as famílias estão a pedir empréstimos por valores mais altos, numa altura em que os preços das casas também estão a aumentar, acabando por elevar as prestações da casa.

Juros no total de créditos habitação voltam a cair para 3,479% em junho

“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu para 3,479% em junho, traduzindo uma descida de 9,1 pontos base (p.b.) face a maio (3,570%)”, diz o INE. Face ao máximo registado em janeiro de 2024, os juros já caíram 117,8 pontos base.

Também para o destino de financiamento aquisição de habitação – “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação” -, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 3,466% (-8,9 p.b. face a maio). 

Ainda assim, o valor médio da prestação mensal para todos os créditos habitação fixou-se em 394 euros, caindo apenas 1 euro em junho face ao mês anterior e 10 euros em relação a junho de 2024 (-2,5%). Do valor da prestação da casa, 206 euros (52%) correspondem a pagamento de juros e 188 euros (48%) a capital amortizado.

A redução da prestação da casa não tem acompanhado a descida dos juros, porque a dívida para a totalidade dos créditos habitação tem vindo aumentar. Em junho de 2025, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 635 euros comparativamente ao mês anterior, elevando-se a 71.677 euros.

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