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O que muda nos preços em 2017
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Ano novo, vida nova. Vida nova e preços diferentes... Em 2017, os portugueses devem contar com aumentos nas rendas, nos preços da eletricidade, portagens, tabaco e automóveis. Já o leite e o pão, por exemplo, devem manter-se nos níveis atuais. Fica a saber tudo sobre a mudança nos preços prevista para o próximo ano.

Rendas

O valor das rendas deve aumentar 0,54% em 2017, o que representa a maior subida desde 2014. Segundo a Lusa, que se apoia em dados do INE, nos últimos 12 meses até agosto, a variação do índice de preços excluindo a habitação foi de 0,54%, valor que serve de base ao coeficiente utilizado para a atualização anual das rendas, ao abrigo do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), e que representa mais 54 cêntimos por cada 100 euros de renda.

O aumento de 0,54% das rendas no próximo ano, aplicável tanto ao meio urbano como ao meio rural, segue-se à subida de 0,16% registada em 2016 e ao congelamento ocorrido em 2015 na sequência de variação negativa do índice de preços excluindo a habitação registado nesse ano.

Refrigerantes

A partir de fevereiro, as bebidas com açúcar vão aumentar até 30 cêntimos por cada garrafa de 1,5 litros, estima a consultora Deloitte. Em causa está o alargamento do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), o imposto que até aqui tributava as bebidas consoante o álcool, mas que com o OE2017 vai começar a taxá-las consoante também o nível de açúcar.

Bebidas alcoólicas

O IABA sobe 3%, o que poderá levar as marcas a subirem os preços da cerveja, do gin, da vodka, e do uísque, entre outros. De referir que os espumantes e as bebidas fermentadas (como as sidras e o hidromel) também passam a estar abrangidos pelo IABA. Já o vinho fica de fora destes aumentos, à semelhança do que aconteceu este ano.

Tabaco

Segundo o Jornal de Negócios, o preço do maço de tabaco vai aumentar dez cêntimos no próximo ano para refletir a subida do Imposto sobre o Tabaco (IT). Um aumento confirmado à Lusa por André Marques, da Associação Nacional de Grossistas de Tabaco. O responsável adiantou, no entanto, que o mesmo só deverá acontecer a partir de março, visto que ainda há “stock” para escoar.

A tributação que recai sobre o tabaco é feita por via de duas componentes de imposto (um sobre o elemento específico e outro sobre o valor do tabaco) e o OE2017 definiu um aumento da tributação referente ao elemento específico em cerca de um cêntimo, explicou o fiscalista da Deloitte Afonso Arnaldo. Mas o aumento será superior porque as tabaqueiras repercutem o imposto no maço de tabaco arredondando o preço aos cinco ou aos dez cêntimos, pelo que o aumento do preço depende das margens que as tabaqueiras entendam aplicar.

Transportes públicos

Os preços dos transportes públicos vão aumentar 1,5%. “Decorre daquilo que é a taxa de inflação esperada, porque as empresas têm também alterações e variações decorrentes da inflação naquilo que é a sua estrutura de custos dos seus fatores de produção”, disse o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, à Rádio Renascença.

Automóvel

O Imposto Único de Circulação (IUC) aumenta em média 0,8% em 2017, mas as subidas podem atingir um teto máximo entre 6,5% e 8,8% para os veículos mais poluentes. Ou seja, se os automóveis tiverem emissões entre os 180 e os 250 gramas por quilómetro corresponde a um aumento de 38,08 euros, o que traduz uma subida de 6,5%. Se a marca dos 250 gramas por quilómetro for ultrapassada, a fatura terá um acréscimo de 65,24 euros, o equivalente a mais 8,8%.

Já o Imposto sobre Veículos subirá cerca de 3,2%, segundo as contas da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA).

Telecomunicações

Segundo a Meo, “houve uma atualização dos preços em novembro deste ano, em média de 2,5%, antecipando as atualizações que tipicamente eram feitas no início de cada ano”. Já a NOS referiu que não há aumentos previstos e, na mesma linha, fonte oficial da Vodafone Portugal disse que “não está previsto” que a operadora “faça um aumento generalizado de preços, como chegou a acontecer no passado, em que os preços eram atualizados no início do ano”.

Leite

O diretor-geral da Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL), Paulo Costa Leite, disse que “não se perspetivam alterações substanciais” e que, “não havendo situações anormais de mercado, por excesso ou por defeito, o preço do litro de leite deve manter-se nos níveis atuais”. Um litro de leite custa em média entre 42 e 55 cêntimos, mas a indústria admite que é difícil apurar um preço médio, atendendo “ao ritmo e intensidade das promoções”.

Pão

O preço do pão não deverá aumentar. “Não se perspetiva, isto ainda não está bom e não podemos ganhar”, disse a secretária-geral da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), Graça Calisto. Atualmente, uma carcaça custa em média entre oito e 12 cêntimos, valores que variam consoante as regiões e o peso e que se devem manter estáveis em 2017, a não ser que haja alterações significativas nos custos das matérias-primas.

Eletricidade

As tarifas de eletricidade no mercado regulado vão subir 1,2% para os consumidores domésticos a partir de 1 de janeiro, o que representa um aumento de 57 cêntimos numa fatura média mensal de 47 euros. As tarifas transitórias para os consumidores que ainda não migraram para o mercado liberalizado, que vigoram até ao final de 2020, têm a variação mais baixa desde 2006, ano em que o aumento foi igualmente de 1,2%.

Já a tarifa social da eletricidade continuará a representar um desconto de 33,8% face às tarifas transitórias de venda a clientes finais (antes do IVA e outras taxas).

Gás

As tarifas transitórias do gás natural ficam inalteradas, já que atualização tarifária só acontece a 1 de julho para os consumidores que se mantêm no mercado regulado. A 1 de julho de 2016, as tarifas de gás natural baixaram 13,3% para os consumidores domésticos, 14,6% para os empresariais e 20,2% para os consumidores industriais. Antes, a 1 de maio, as tarifas tinham descido 6,1% para os consumidores domésticos, 7,5% para os consumidores empresariais e 10,2% para os consumidores industriais.

Portagens

As portagens devem ter um aumento em 2017, depois de três anos em que praticamente não tiveram atualizações.

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