Enquanto o segmento do bem-estar registou um crescimento de 342%, os eventos viram a sua faturação descer 85%.
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Como é que pandemia afetou a economia? Novo estudo diz que há setores vencedores e vencidos
Imagem de Free-Photos por Pixabay

A pandemia da Covid-19 não impactou da mesma forma em todas as atividades do comércio de bens e prestação de serviços. Enquanto o segmento do bem-estar registou uma evolução positiva na ordem dos 342%, o setor dos eventos viu a sua faturação descer 85%. Estes são dois exemplos apontados pela Fixando, uma plataforma online de contratação de serviços, que desenvolveu um estudo sobre o impacto da pandemia nos diferentes sectores terciários.

O setor dos eventos é mesmo apontado neste estudo como o mais afetado de todos, já que apresentou quebras na ordem dos 765 milhões de euros. Segue-se a área dos serviços domésticos que perderam, em média, 40% dos seus clientes, o que poderá ser explicado pela “insegurança sentida por parte dos portugueses ao abrirem as portas das suas casas a elementos fora do agregado familiar”, refere o estudo citado pela Marketeer.

No lado dos vencedores, o setor do bem-estar é um dos que lidera a lista, com um crescimento de 324%. As áreas de psicologia e “personal training” registaram evoluções positivas na ordem dos 695%. Para a Fixando, este aumento é explicado, sobretudo, pela “preocupação, por parte dos consumidores, em adotar um estilo de vida mais saudável perante o perigo constante que a pandemia trouxe à saúde dos portugueses”.

Outro setor que evoluiu positivamente em contexto pandémico foi o da assistência técnica – em concreto, cresceu 150%. A utilização mais frequente de aparelhos eletrónicos devido ao confinamento é, segundo a Fixando, uma razão para este aumento.

Recuperação não deverá ser homogénea

Os setores já começaram a longa viagem de recuperação no atual período de desconfinamento progressivo, mas existem várias variáveis que colocam o seu futuro num horizonte incerto. A Fixando prevê, aliás, que a recuperação não irá decorrer à mesma velocidade nos diferentes segmentos do setor terciário.

Nesta fase assiste-se a uma maior procura por serviços que, até agora, estavam encerrados. O setor dos eventos é um deles, já que “só no primeiro mês registou um crescimento de 71%”, avança Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, citada pela Marketeer. Embora este salto seja um bom presságio para o que aí vem, Alice Nunes alerta que “a redução da ocupação dos espaços de eventos para apenas 25% da lotação máxima poderá traduzir-se num aumento de preços por pessoa no sector, nomeadamente no que diz respeito às quintas e espaços para festas, cujo preço médio caiu apenas 20%, não tendo por isso, acompanhado a redução do número de convidados”.

Por outro lado, o facto das famílias portuguesas passarem menos tempo em casa pode levar à queda da procura por alguns tipos de serviços, como a entrega de refeições em casa e da assistência técnica, refere ainda o estudo.

Ao longo do ano, a Fixando assume que o mercado tende a adaptar-se à nova conjuntura e deverá equilibrar-se.

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