Portugal ocupa o 36º lugar do ranking IMD World Competitiveness Center, que é liderado pela Suíça.
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Portugal sobe no ranking da competitividade mundial
GTRES

Portugal voltou a subir, este ano, no ranking dos países mais competitivos do mundo, ocupando o 36º lugar do IMD World Competitiveness Center, divulgado recentemente. Uma ligeira melhoria face ao resultado conseguido no ano passado (35ª posição). Suíça, Suécia e Dinamarca ocupam, por esta ordem, os três primeiros lugares do pódio. Destaque ainda para o facto de Espanha ter caído três posições, ocupando agora o 39º lugar.

Segundo o ranking, que avalia fatores como o desempenho económico, a eficiência das empresas, das infraestruturas e do Governo, Portugal consolidou a sua presença a meio da tabela, com a terceira subida nos últimos cinco anos. “No último ano, a economia nacional ganhou em competitividade sobretudo devido a ligeiras melhorias nas Infraestruturas científicas (34º para 31º), no enquadramento social (22º para 20º) e na mão de obra qualificada (44º para 42º)”, refere, em comunicado, a Porto Business School, que é, pelo sexto ano consecutivo, parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking

Entre as maiores forças competitivas de Portugal destacam-se as leis para imigração (3ª posição), a força de trabalho feminina (5ª) a qualificação de profissionais de engenharia (5ª) e a capacidade de exportação (6ª). 

“Analisando os indicadores que tornam o país mais competitivo, a mão de obra qualificada (85%), o custo de oportunidade (76%) e as infraestruturas (69,3%) mantêm as classificações mais elevadas, reforçando o seu peso na avaliação global”, lê-se na nota enviada às redações.

Portugal tem, no entanto, um longo caminho a percorrer para se tornar mais competitivo, nomeadamente no que diz respeito à formação de colaboradores (60ª posição) e à resiliência da economia (57ª posição).

5 desafios-chave para a competitividade da economia portuguesa

Estes são, de acordo com o relatório, os 5 desafios-chave para a competitividade da economia portuguesa em 2021: 

  • Garantir um nível de crescimento inteligente do PIB, superior à média da UE;
  • Criação de um quadro fiscal e regulamentar “favorável à empresa e ao investimento”, que permita impulsionar a competitividade do país no rescaldo da Covid-19;
  • Reforço de uma estratégia nacional (intersetorial de inovação e empreendedorismo) para a transformação digital;
  • Reformas no setor público, nomeadamente nas áreas da justiça, saúde, educação e segurança social;
  • Adoção de acordos políticos para uma estratégia nacional que responda às questões demográficas urgentes, nomeadamente o envelhecimento da população, a baixa taxa de natalidade e as migrações. 

Portugal precisa de ser ainda mais competitivo

De acordo com Rui Coutinho, Diretor Executivo para a Inovação e Desenvolvimento da Porto Business School, até “poderá parecer positiva a notícia de que Portugal se mantém ‘a meio da tabela’ no ranking”, nomeadamente tendo em conta o “contexto pandémico”, mas é preciso fazer mais para se chegar mais longe

“Uma análise mais cuidada mostra-nos que o país persiste em não dar sinais de reforço da sua competitividade. E isso, especialmente no contexto europeu, significa que outras economias (também afetadas pela pandemia) como o Chipre, a Estónia, a Lituânia, a Letónia ou a Eslovénia estejam hoje muito próximas ou tenham já ultrapassado Portugal ao nível da competitividade das suas economias. E esse é um sinal muito preocupante, ao qual, infelizmente, pouca atenção tem sido dada. Continuamos a não abordar os problemas estruturais da nossa economia e o ranking mostra-nos isso de forma clara: ainda que tenhamos subido uma posição, a nossa performance económica piorou, a eficiência do Governo baixou substancialmente (sobretudo devido ao agravamento nas finanças públicas) e os nossos níveis de produtividade e de práticas de gestão continuam preocupantemente baixos”, comenta, citado na nota.

Para Rui Coutinho, as reformas mais urgentes a aplicar para tornar a economia portuguesa mais competitiva são “a necessidade de uma política fiscal mais ‘amiga’ das empresas e do investimento e o imperativo de um ‘choque de gestão’ que, de uma vez por todas, capacite as empresas para serem mais produtivas”.  

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