Com a inflação a intensificar-se, o governador do banco central da Lituânia admite que juros vão subir mais na reunião de outubro.
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Subida de juros
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O Banco Central Europeu (BCE) já subiu as taxas de juros diretoras em 125 pontos base este ano. E Christine Lagarde, presidente do regulador europeu, admitiu que haverá mais subidas nas próximas reuniões. Mas qual será a sua dimensão? Segundo o governador do banco central da Lituânia e membro do BCE, Gediminas Simkus, os juros diretores deverão aumentar pelo menos 50 pontos base na próxima reunião marcada para outubro, dada a alta inflação que se faz sentir em solo europeu.

A inflação na Zona Euro atingiu os 9,1% em agosto, segundo o Eurostat. E Gediminas Simkus acredita que “as tendências inflacionistas estão a intensificar-se", disse citado pela Bloomberg. É por isso que o governador do BCE considera que em relação à dimensão do próximo aumento dos juros diretoras para travar a inflação “há poucas opções em cima da mesa" e a subida mínima será de 50 pontos base.

Se assim se verificar este aumento de 50 pontos base, as taxas diretoras passam a ser as seguintes no final de outubro:

  • Taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 1,25% para 1,75%;
  • Taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez passa de 1,50% para 2,0%;
  • Taxa aplicada à facilidade permanente de depósito passa de 0,75% para 1,25%.

Inflação na Zona Euro poderá atingir 10% em setembro

A dimensão do novo aumento das taxas de juro vai depender de um conjunto de dados e fatores económicos, como as previsões de preços e de emprego, considera Gediminas Simkus. E claro da evolução da inflação, que se espera que atinga cerca de 10% em setembro, alcançando um novo recorde. Se assim for a inflação estará cinco vezes superior à meta de 2% definida pelo BCE.

A próxima reunião de política monetária do BCE está agendada para dia 27 de outubro. E será neste dia que será conhecida a dimensão da próxima subida dos juros diretores. A verdade é que não deverá ser a única já que Christine Lagarde admitiu subir as taxas de juro mais três ou quatro vezes de forma a que a inflação no espaço europeu caia até 2%, o nível em que é assegurada a estabilidade dos preços.

Este aumento das taxas de juro diretoras está a mexer e muito com os mercados, nomeadamente na concessão de crédito habitação. Devido a este cenário, as taxas Euribor estão a subir para todos os prazos e a encarecer as prestações da casa em várias dezenas de euros, pressionando ainda mais os orçamentos das famílias que já se veem diminuídos com a subida generalizada dos preços.

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