Entre os pontos em debate desta reunião extraordinária está a deteção de vulnerabilidades e o controlo da liquidez dos bancos.
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BCE analisa crise financeira
Christine Lagarde, presidente do BCE Getty images

Um dia depois de Christine Lagarde ter anunciado um novo aumento das taxas de juros diretoras em 50 pontos base e ter garantido que o sistema bancário europeu é “resiliente”, o Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE) decidiu reunir-se na manhã desta sexta-feira, dia 17 de março, em Frankfurt, para analisar a turbulência sentida nos mercados financeiros na Europa.

A reunião extraordinária para analisar as recentes agitações nos mercados financeiros – marcadas pela falência do Silicon Valley Bank, nos EUA, e os sérios problemas de liquidez do Credit Suisse, na Europa – surge apenas um dia depois de o BCE ter subido as taxas de juros diretoras em 50 pontos base, para 3,5%. A decisão foi justificada pela necessidade de baixar a alta inflação para 2% e apoiada na “resiliência” e “força” do sistema bancário europeu para enfrentar tempestades financeiras.

A prudência marcou o discurso de Christine Lagarde durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária, onde não foram antecipadas novas subidas dos juros diretores. "As decisões do BCE vão sendo tomadas consoante a economia evolui e, neste momento, a incerteza é muito elevada", afirmou a presidente do BCE, frisando que neste momento “não é possível determinar o rumo a tomar no futuro”.

O que Christine Lagarde também reforçou é que o BCE está “a acompanhar de perto as atuais tensões no mercado”, até porque sabe que uma crise financeira deste tipo tem facilidade em propagar-se rapidamente. Foi por isso mesmo que foi convocada esta reunião extraordinária. “O Conselho de Supervisão do BCE se reúne para trocar impressões e atualizar os membros sobre os recentes acontecimentos no setor bancário”, afirmou um porta-voz da entidade citado pelo El País. Entre os pontos em debate desta reunião extraordinária estará a deteção de vulnerabilidades e o controlo da liquidez dos bancos europeus, aponta a Reuters.

De qualquer forma, a presidente do BCE vincou esta quinta-feira que não há razão para alarme (pelo menos para já), reforçando que o sistema bancário europeu é “resiliente, possui capital e liquidez fortes” para garantir a estabilidade financeira na Zona Euro. Além disso, a instituição avançou que está disponível para prestar “apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da área do euro” se for necessário, lê-se no comunicado publicado esta quinta-feira, dia 16 de março.

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