
O ciclo de subida de juros de referência já vai longo em algumas economias do mundo. Mas em abril esta tendência mudou. Entre os 36 bancos centrais do mundo que tomaram decisões de política monetária no mês passado, 25 optaram por não subir as taxas de juro de referência. Avaliar o risco de recessão económica e os efeitos do encarecimento dos créditos (habitação) está por detrás da decisão destes reguladores.
Não mexer nas taxas de juro de referência foi, portanto, a opção tomada por 25 bancos centrais em abril entre os 36 que foram chamados para tomar decisões no mês passado, escreve o Expresso. Mas esta pausa não quer dizer que o ciclo de aperto de juros tenha terminado.
Na maioria dos casos, os bancos centrais optaram por fazer uma pausa na subida dos juros de forma a avaliar os impactos negativos do ciclo de aperto da política monetária nas suas economias, nomeadamente o risco de recessão e uma eventual crise social gerada pela subida de juros nos créditos (habitação).
Contas feitas, significa que dos 36 bancos centrais que tomaram decisões de política monetária em abril, só 11 decidiram subir os juros diretores (no mês anterior foram 28 reguladores a fazê-lo), aponta ainda o mesmo jornal.
Importa recordar que a Reserva Federal dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco de Inglaterra não tomaram decisões em abril, estando as reuniões agendadas para 3, 4 e 11 de maio, respetivamente. No caso do BCE, os especialistas esperam um novo aumento dos juros diretores, resta saber se assim será e qual a sua dimensão.
Pausa na subida dos juros domina decisões de abril no G20
Dentro do G20 – que reúne as maiores economias do mundo, desenvolvidas e emergentes – a tendência foi a mesma: dos 10 bancos centrais que realizaram reuniões em abril 9 decidiram fazer uma pausa na subida dos juros:
- Banco da Reserva da Austrália;
- o Banco do Canadá;
- o Banco Popular da China;
- o Banco da Coreia (do Sul);
- o Banco da Reserva da Índia;
- o Banco da Indonésia;
- o Banco do Japão (BoJ);
- o Banco da Rússia;
- o Banco Central da República da Turquia.
E apenas um, o Banco Central da República Argentina, decidiu subir as taxas de referência para 91%, a segunda mais alta do mundo, depois do Zimbabué (140%). Isto porque a inflação na Argentina está acima de 100%.
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